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Politica Brasil
Segunda - 29 de Agosto de 2022 às 09:53
Por: MIKHAIL FAVALESSA

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Alan Santos/Presidência da República
O presidente Jair Bolsonaro tem amplo apoio de setores do agronegócio
O presidente Jair Bolsonaro tem amplo apoio de setores do agronegócio

Ao menos cinco empresários que fizeram doações à campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) neste anio estão ligados a infrações registradas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As doações foram registradas até a última sexta-feira (26).

Dos 25 maiores doadores da campanha do presidente, ao menos 18 atuam no agronegócio, todos com doações acima de R$ 5 mil. Os dados foram cruzados e divulgados pela Agência Pública, em uma reportagem que pode ser lida aqui.

De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o terceiro maior doador de Bolsonaro é o empresário Ronaldo Venceslau Rodrigues da Cunha, com R$ 60 mil. O pecuarista foi multado em R$ 2,18 milhões pelo Ibama em 2012. Ele teria destruído, entre outubro de 2002 e agosto de 2017, 1,4 mil hectares de floresta em Aripuanã, dentro da Amazônia. O Ibama embargou a fazenda Estrela do Aripuanã, da qual Rodrigues da Cunha é dono.

O empresário sócio da Agropecuária Rodrigues da Cunha, fundada em Minas Gerais, mas que atua com gado em Mato Grosso. De acordo com uma investigação da Repórter Brasil, a empresa da família de Ronaldo teria usado transporte da JBS para "lavagem de gado", quando animais criados em uma área multada e embargada pelo Ibama são levado para outra fazenda sem passivos ambientais.

Ronaldo Rodrigues da Cunha é doador costumeiro para campanhas eleitorais. O empresário doou R$ 2 mil para a campanha de Bolsonaro em 2018, e outros R$ 5 mil no mesmo ano para Luciano Vacari, ex-diretor-executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e que tentou se eleger a deputado estadual naquele ano pelo PPS.

Já em 2014, Rodrigues da Cunha doou R$ 25 mil, sendo R$ 5 mil para Ronaldo Caiado (DEM), eleito ao Senado por Goiás, e R$ 20 mil para o ex-governador Pedro Taques (à época no PDT), eleito ao Paiaguás naquele ano.

Segundo o levantamento, quinta maior doadora da campanha, com R$ 25 mil, é Ana Dulce Ribeiro Vilela. Ela não tem multas aplicadas diretamente, mas é esposa de Daniel Andrade Vilela sócio da Agropecuária Ana e Filhos Ltda, que recebeu oito autuações do Ibama. As multas somam mais de R$ 1,5 milhão por desmatamentos e incêndios ilegais em Indiavaí, e também em Rondônia, na cidade de Corumbiara (RO).

Outro doador da campanha presidencial é Ricardo Borges de Castro Cunha. Ele foi multado em quase R$ 14 mil por pescar em época proibida (piracema) em Cuiabá (MT). Ricardo é ex-presidente da Associação dos Proprietários Rurais (APR) e é sócio de várias empresas do ramo.

De acordo com a Pública, José de Castro Aguiar Filho, o Zezinho, é o doador de Bolsonaro com maior valor em multas. São R$ 65,4 milhões em infrações identificadas pelo Ibama. Ele doou R$ 5 mil à campanha.

Zezinho está na lista dos maiores desmatadores da Amazônia, e parte da destruição foi identificada em São Félix do Araguaia e São José do Xingu. As multas variam entre R$ 294 mil e R$ 19 milhões.

Multado em R$ 6,35 milhões por infrações ambientais em Feliz Natal, Moisés Debastini também está na lista. Ele foi alvo das operações Toruk e Hileia Pátria, coordenadas pelo Ibama, e doou R$ 1 mil a Bolsonaro.





Fonte: Midiajur

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