MP abre inquérito contra prefeito que vai sortear carro em troca de votos para Bolsonaro

Prefeito do município de Tapurah (433 km a médio-norte de Cuiabá), Carlos Alberto Capeletti (PSD), será investigado por possível compra de votos após afirmar que fará o sorteio de um carro para estimular os eleitores do município a votarem no presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa a presidência da República com Lula (PT).

A representação do procurador regional eleitoral Erich Raphael Masson foi feita após uma matéria do Gazeta Digital reportar o ocorrido. Em um vídeo compartilhado o prefeito afirma que se esforçará para que Tapurah seja o município mato-grossense de maior apoio à campanha do presidente. Para isso, o sorteio seria uma forma de estimular o eleitorado a votar no candidato.

O procurador considerou que o sorteio utilizaria o comprovante de votação no 2º turno e que tal prática, em tese, configura crime de compra de votos, além de irregularidade em propaganda com cunho eleitoral. Ele representou aos juízes auxiliares da propaganda do TRE/MT, para que determinem “medidas para a cessação do ilícito, no uso do poder de polícia”. Além disso, também autuou Notícia de Fato para apurar o caso e pediu investigação pela Polícia Federal.

“Que seja requisitado ao Departamento de Polícia Federal a instauração de inquérito policial em desfavor de Carlos Alberto Capeletti, prefeito em exercício de Tapurah/MT, por suposto cometimento do crime previsto no art. 299, do Código Eleitoral. Como diligências iniciais, solicito a oitiva do investigado, bem como que informe a origem do dinheiro que será utilizado para aquisição do veículo”.

O caso

Em vídeo, o prefeito afirma que se esforçará para que Tapurah seja o município mato-grossense de maior apoio à campanha do presidente. Para isso, o sorteio será uma forma de estimular o eleitorado a votar no candidato.

Na gravação, além de apontar como funcionará o sorteio, o prefeito cita a força do agronegócio, chama o representante do PT na disputa de "Luladrão", faz campanha pró-Bolsonaro, relembra a "Ursal" e nega a fome no país em pouco mais de 4 minutos.