Presidente do TJ diz que manifestantes são “massa de manobra”
A desembargadora Maria Helena Póvoas, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, criticou os protestos de bolsonaristas em Mato Grosso contra a vitória de Lula (PT) no segundo turno das eleições presidenciais.
Ela afirmou que os manifestantes que protestam contra o resultado da eleição estão sendo utilizados como “massa de manobra”. Maria Helena ainda lamentou o episódio e citou a segurança do resultado do pleito.
“Eu queria nem estar vendo isso, sinceramente. Isso parece coisa de quem não viveu uma era bastante conturbada nesse País, onde uma cortina se abateu sobre esse País. Eu vivenciei essa era, sei o que era viver sob esse regime. O Judiciário está absolutamente tranquilo”, afirmou.
“A eleição não foi feita entre quatro paredes, foi observada pelo mundo inteiro, inclusive pelas organizações mais respeitadas e ninguém disse que a eleição foi fraudada. A não ser meia dúzia que não tem coragem de botar a cara para fora e utiliza essas pessoas como massa de manobra”, acrescentou.
Desde o fim do segundo turno, no dia 30 de outubro, bolsonaristas fazem protestos em diversos municípios do Estado. Além da intervenção federal, o grupo também pede o “acionamento das Forças Armadas” em frente aos batalhões do Exército.
Caminhoneiros ligados às empresas do agro também participam dos atos e chegaram a interditar rodovias pelo País.
Nesta segunda-feira (7) a Polícia Rodoviária Federal (PRF) notificou pelo menos três novos bloqueios em municípios do interior. Em Cuiabá, parte da Avenida do CPA também foi fechada esta manhã.
A desembargadora rechaçou as reinvindicações e voltou a citar a época da ditadura militar no Brasil. Para ela, as pessoas que querem a volta desse regime não conhecem a realidade do que ocorreu durante esse período.
“É claro que é um ataque à democracia. Alguém que vivenciou a década de 60, 70, possivelmente não vai estar nessa manifestação. Pessoas que militaram nessa época, que fizeram política, grande parte não estão ai nem para contar”, completou.
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