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Cidades/Geral
Segunda - 05 de Dezembro de 2022 às 08:40

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A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) perdeu, em uma década, mais de 50% do orçamento de custeio diante dos sucessivos cortes e bloqueios de verbas. Hoje são cerca de R$ 80 milhões, de acordo com a conta do atual reitor, Evandro Soares, que junto a dirigentes de outras universidades do país diz fazer malabarismo para fechar as contas de 2022. Para o próximo ano, a incerteza se faz ainda maior frente ao novo congelamento de verba ordenado pelo governo federal, que tirou R$ 366 milhões das contas das instituições federais.

Se compararmos com os últimos 10 anos e considerando a inflação, temos menos da metade do que tínhamos. Em 2016, começamos a perder a gordura. Já perdemos a carne e agora estamos no osso. De um lado temos o orçamento reduzido e de outro as despesas em tendência de aumento, analisa o reitor.

Ao longo desse tempo, a assistência estudantil, que garante a permanência acadêmica de estudantes de baixa renda e em vulnerabilidade social, vem sendo uma das áreas mais afetadas. O corte nestes auxílios foi a medida encontrada pela gestão para cobrir outros gastos.

Segundo Soares, 60% dos alunos da UFMT vêm de escola pública e têm renda inferior a 1,5 salário mínimo per capita. Isso significa que se eu não tenho essa assistência, o aluno precisa trabalhar e, para isso, interrompe o estudo ou reduz drasticamente o desempenho, reprovando por falta, porque tem que estar no trabalho, ou por falta de tempo para estudar.

Cada vez que reduzo esse investimento estou causando um processo de exclusão social e evasão nas universidades públicas.

Atualmente, a UFMT oferta auxílio moradia aos estudantes que precisam custear aluguel e auxílio permanência para universitários de baixa renda. Os alunos beneficiados precisam cumprir requisitos estipulados em edital. O valor de cada bolsa é de R$ 400. O valor, segundo o reitor, está vigente há mais de 10 anos.

Além da graduação, a redução do orçamento impacta também a pós-graduação e a pesquisa. Com menos recurso, a aquisição de equipamentos, reagentes, diárias para eventos de congressos foram cortados. Não temos verba para fazer manutenção de equipamentos que são importados e daí as pesquisas param. Outras não foram interrompidas, mas tiveram o prazo dilatado, explica o reitor.





Fonte: Do GD

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