Clarice pede ação contra "achincalhamento" do Judiciário Magistrada vai gerir orçamento de R$ 2,2 bilhões para o ano que vem; ela substitui Maria Helena Póvoas
A desembargadora Clarice Claudino da Silva tomou posse na tarde desta segunda-feira (19) como presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para o biênio 2023-2024.
Ela começará a comandar o Poder no dia 1º de janeiro do ano que vem.
Junto a ela, também tomaram posse Maria Erotides Kneip, como vice-presidente, e Juvenal Pereira, como corregedor-geral. Eles foram eleitos em outubro deste ano, em um pleito interno.
Clarice vai gerir um orçamento previsto de R$ 2,2 bilhões em 2023.
Ela sucede o mandato da desembargadora Maria Helena Póvoas, que comandou o Judiciário de Mato Grosso em 2021 e 2022.
No grupo ainda tinha vice a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro e corregedor-geral da Justiça o desembargador José Zuquim.
"Achicalhamento" da Justiça
Em discurso de mais de 20 minutos, Clarice afirmou que a Justiça passa por um momento de “achincalhamento” em meio a “tempestades de incertezas”. Para romper esse desafio, segundo ela, é preciso reestabelecer a confiança da sociedade no Judiciário.
"Está havendo um verdadeiro achincalhamento da Justiça, que é a última tábua de esperança a que a sociedade se agarra para proteger seus direitos, em meio à tempestade de incertezas em que vivemos”.
“É necessário um trabalho em nível nacional para reestabelecermos a confiança no Judiciário. E cada tribunal tem o papel de se esforçar e humanizar as relações sociais”, completou.
Ela endossou que fará uma gestão de modo a "resgatar o sentimento de humanidade" tanto junto ao membros do Tribunal, quanto a sociedade.
"Não cabe a nós, julgadores, determinar quem é o dono do direito, mas sim contribuir para que as partes reencontrem o elo perdido que unia a humanidade. O amor, a harmonia e o respeito", disse.
Segundo ela, é preciso "cada vez mais a cultura da paz, em nossa sociedade, em detrimento da cultura do litigio”.
Ao final, agradeceu a sua antecessora, desembargadora Maria Helena, pela gestão em tempos de pandemia do coronavírus, a qual classificou como “pior período de nossas vidas”.
“Uma pandemia que nos tolheu a liberdade. Que não nos permitiu a olhar olhos nos olhos. E nos obrigou a tomar decisões sem experimentar a serenidade do contato humano. Obrigada, desembargadora, por cuidar tão bem de nós nessa época de tanta amargura e medo”, disse.
No dispositivo, estavam o governador Mauro Mendes (União), o chefe do MPE José Antônio Borges, a presidente da OAB Mato Grosso, Gisela Cardoso, o senador Jayme Campos (União), o defensor público Clodoaldo Aparecido Alves, procurador-chefe substituto da Advocacia da União, Alexandre Murata, e o vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa (PV).
Todos os desembargadores que compõe o pleno, também participaram do ato.
Veja cerimônia:
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Fernando Rodrigues
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