Um dia após a divulgação da pesquisa do Datafolha sobre as eleições em Porto Alegre (RS), em que o candidato do PT aparece com apenas 3% dos votos, o partido tratou de mobilizar a militância em um ato no parque da Redenção, na região central da cidade. Desconhecido de boa parte dos eleitores, Adão Villaverde minimizou o desempenho no levantamento e disse que a situação vai se reverter no próximo mês, com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas propagandas de rádio e TV. "Ontem recebi uma ligação confirmando uma agenda com o presidente Lula em São Paulo no dia 30. Ele vai gravar, ao meu lado, as propagandas do PT em Porto Alegre".
Villaverde espera que a popularidade do ex-presidente ajude a alavancar sua campanha na capital. "Sou o candidato do Lula, da Dilma, do Raul Pont (ex-prefeito e deputado estadual), do Tarso (governador). A população vai ver isso", afirmou ao destacar que boa parte do eleitorado ainda não associa o seu nome ao partido que comandou a capital por 16 anos e que está fora do poder desde 2004, quando o peemedebista José Fogaça assumiu a prefeitura.
Ele ainda criticou a forma como foi elaborada a pesquisa do Datafolha, que não associou o nome dos candidatos aos respectivos partidos que representam. Segundo ele, isso prejudicou seu desempenho. "Um levantamento que não leva em conta um partido que tem a preferência de mais de 20% dos eleitores de Porto Alegre não pode ser chamado de pesquisa eleitoral", disse.
De acordo com o deputado estadual, na agenda do dia 30 em São Paulo, Lula ainda deve gravar participações para a propaganda eleitoral de outros candidatos petistas, como Humberto Costa, que disputa a prefeitura do Recife (PE), e de Patrus Ananias, que tenta vencer em Belo Horizonte (MG). No evento desta manhã, Villaverde contou com os reforços da ministra da secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e do deputado federal Henrique Fontana.
Cultura
Com bandeiras vermelhas, os militantes do PT fizeram um abraço simbólico no auditório Araújo Viana, um centro de eventos localizado no parque que está fechado para reformas. "O Araújo Viana é um símbolo do descaso da atual administração com a cultura em Porto Alegre. Outro exemplo é o Capitólio, que há oito anos poderia estar aberto, e o centro cultural do carnaval, onde nenhuma nova obra foi feita até agora", disse ao criticar a gestão de José Fortunati (PDT).
Maria do Rosário também aproveitou para desqualificar a atual gestão da prefeitura. "Os mais jovens não puderam ver as portas do Araújo Viana abertas. Isso demonstra a incompetência desse governo", disse ao pedir a mobilização dos militantes na campanha do petista.
Manuela faz caminhada na Redenção e demonstra cautela com pesquisa
Por pouco que o o candidato petista não cruzou com a deputada Manuela D"Ávila, que representa o PCdoB na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. A comunista fez uma caminhada no parque da Redenção, a poucos metros de onde Villaverde se reunia com os militantes do PT. Empolgada com a recepção dos frequentadores do parque à sua candidatura, Manuela disse que o mais importante é o trabalho na rua.
"Vejo todas as pesquisas da mesma maneira, tanto aquelas em que meu nome aparece em primeiro lugar, quanto as que não estou na frente. A campanha se faz na rua", disse a deputada federal que no último levantamento, do Datafolha, ficou na segunda posição, com 30% das intenções de voto. Ela ainda aproveitou para criticar seu maior opositor, o prefeito José Fortunati (PDT). "Em cada lugar que vamos é um tipo de reclamação. Aqui no parque é sobre a estrutura da cidade. Vemos muitos problemas na saúde, a segurança também é um problema comum", disse.
Pesquisa Datafolha
A pesquisa do Instituto Datafolha divulgada no sábado pelos jornais Folha de S. Paulo e Zero Hora mostrou a liderança do atual prefeito, José Fortunati, na disputa. Com 38% das intenções de voto, ele aparece à frente da candidata de Manuela D"Ávila, que atingiu 30%, e de Villaverde, com 3%.
Em quarto lugar está o candidato do Psol, Roberto Robaina, com 2%, seguido de Jocelin Azambuja (PSL), com 1%. Wambert Di Lorenzo (PSDB) e Érico Corrêa (PSTU) não pontuaram. Brancos, nulos ou nenhum atingiram 10%. Já os entrevistados que ainda não sabem em quem votar somaram 15%. A pesquisa ouviu 829 entrevistados no período de 19 a 20 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o número RS-00040/2012.
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