Na Argentina, Lula cita moeda única e garante relações com o País Presidente disse que retomará parcerias e se desculpou por "grosserias" feitas por Bolsonaro
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou, nesta 2ª feira (23.jan), ao lado do presidente argentino Alberto Fernández, e garantiu que o Brasil retomará as relações com a Argentina. O petista pediu desculpas pelas "grosserias que o presidente anterior [Jair Bolsonaro]" cometeu contra os argentinos. Segundo Lula, ao fim do seu mandato, em 2026, "a relação do Brasil com a Argentina será a melhor dentre todos os países da América do Sul".
"O primeiro país que visitei como presidente, em 2003, também foi a Argentina. Estou aqui para dizer ao presidente da Argentina, para os ministros e a imprensa daqui, que hoje é a retomada de uma relação que nunca deveria ter sido truncada", afirmou o presidente brasileiro, após assinar acordos com Fernández, em Buenos Aires, na Argentina.
"Vamos reestabelecer uma relação de paz, de crescimento, para retomar as relações Brasil e Argentina. Nossos empresários já compreendem e devem compreender cada vez mais a importância que a Argentina tem para o País", disse Lula.
Fernández reforçou o compromisso com o governo vizinho e afirmou que o primeiro desafio a ser enfrentado será o de "consolidar a democracia e as instituições". "Não vamos deixar que nenhum delirante ponha em perigo as instituições, não vamos permitir que nenhum fascista se aposse da soberania popular", declarou.
Moeda comum
Lula também falou sobre a proposta de se criar uma moeda única para os dois países. "Brasil e Argentina já fizeram uma pequena experiência de fazer negócios com a moeda, cada um, do seu país. Se não me falha a memória, foi em 2008. Os argentinos poderiam comprar pagando em peso, e os brasileiros, em real", disse.
"O que nós queremos trabalhar agora é que os nossos ministros da Fazenda possam nos fazer uma proposta de comércio exterior e de transação entre os dois países, que seja feito numa moeda comum a ser construída com muitos debates e muitas reuniões", afirmou o presidente.
Segundo o petista, a ideia causa "estranheza", mas precisa ser testada."Se dependesse de mim, a gente teria comércio exterior sempre na moeda dos outros países, para que a gente não precise ficar dependendo do dólar. Então, por que não tentar criar uma moeda comum entre os países do Mercosul? Acho que, com o tempo, isso vai acontecer e é necessário que aconteça", defendeu.
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