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Meio Ambiente
Quarta - 08 de Março de 2023 às 10:15
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Mato Grosso volta a compor entre os estados que mais sofrem com o desmatamento na Amazônia
Mato Grosso volta a compor entre os estados que mais sofrem com o desmatamento na Amazônia

Responsáveis pelo desmate ilegal de cerca de 50% do corte raso da vegetação detectado em 2022 na porção amazônica que fica em Mato Grosso, 15 cidades passam a ter as ações de combate ao desmatamento intensificadas em Mato Grosso.

Trata-se da Operação Amazônia, lançada na terça-feira (7) pelo Governo do Estado, para combate aos crimes ambientais no bioma.

Ao todo, cerca de 200 servidores estão em campo para atuar, prioritariamente, nos municípios que mais desmatam no território mato-grossense.

Na lista estão Colniza, Juara, Nova Bandeirantes, Aripuanã, Paranatinga, Marcelândia, Porto dos Gaúchos, Apiacás, Peixoto de Azevedo, Querência, Gaúcha do Norte, Feliz Natal, Cocalinho, Tabaporã e Nova Ubiratã.

Durante a operação, serão fiscalizados alertas de desmatamento ilegal identificados por imagens de satélite de alta resolução.

Com isso, o Estado garante que consegue agir rápido e impede a continuidade da destruição ainda no início.

O objetivo é intensificar as ações em campo para reduzir os índices de derrubada irregular da vegetação nativa.

Estão à frente da operação as Secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e de Segurança Pública (Sesp-MT).

"O Governo do Estado não mede esforços para combater os crimes ambientais. Nós queremos o desmatamento ilegal zero, de acordo com a lei brasileira. Não podemos permitir que ele ocorra de forma ilegal, prejudicando o meio ambiente e aquelas pessoas que produzem dentro da lei", disse o governador Mauro Mendes.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, são mais de R$ 180 milhões de investimentos nos últimos quatro anos nas ações e combate aos crimes ambientais no estado.

"Quando falamos de ilícitos ambientais, tratamos de algo que promove impacto ambiental, mas também um impacto econômico e reputacional. O Estado aprimora a sua forma de agir para conseguir surpreender os infratores, investe em tecnologia, e tem dado todo o apoio para que os técnicos consigam executar a sua função em campo", afirmou.

MONITORAMENTO - Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, que monitora a floresta por imagens de satélite desde 2008, divulgados em fevereiro passado, mostram Amazônia ainda segue sofrendo com um ritmo alto de desmatamento.

Apenas em janeiro deste ano, foram devastados 198 km², uma área semelhante à perda de quase 640 campos de futebol por dia de floresta.

Entre os nove estados que compõem a Amazônia Legal, a maior devastação foi registrada em Mato Grosso, que perdeu 85 km² de floresta em janeiro, área correspondente a 43% do total destruído na região.

Além disso, essa derrubada foi 16% superior do que a identificada no mesmo mês no estado em 2022, de 73 km².

No ranking dos municípios, cinco dos 10 que mais desmataram ficam em Mato Grosso: Porto dos Gaúchos (15 km²), Feliz Natal (13 km²), Tabaporã (12 km²), Paranatinga (7 km²) e Querência (6 km²).

Juntos, eles somaram 53 km² devastados, 62% do registrado no Estado.

“Devido à conversão da floresta para áreas de agropecuária, Mato Grosso vem ocupando há pelo menos 15 anos as primeiras posições no ranking de desmatamento na Amazônia, ao lado do Pará e do Amazonas. Por isso, é preciso que o estado intensifique o combate à derrubada ilegal e o incentivo ao aumento da produtividade, cumprindo com o Código Florestal”, explicou na ocasião Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

Além de Mato Grosso, o desmatamento também aumentou em Roraima, que ocupou a segunda colocação entre os estados que mais derrubaram a floresta.

Em solo roraimense, a devastação passou de 19 km² em janeiro de 2022 para 41 km² em janeiro de 2023, uma alta de 116%.

Isso representou 21% de todo o desmate registrado no bioma no mesmo mês.





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