Juíza acata ação e autoriza recuperação judicial de Bezerra e Teté Ação tentava suspender venda de fazenda em Campo Verde; casal diz que passa por crise financeira
A Justiça de Mato Grosso acatou o pedido de recuperação judicial do Grupo Bezerra, de propriedade do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB). O grupo alega ter dívidas que somam R$ 39,5 milhões.
A empresa também tem como sócia a esposa do emedebista, Teté Bezerra, que é secretária estadual de Agricultura Familiar.
A decisão, de quarta-feira (22), é assinada pela juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá.
A ação buscava suspender o leilão da Fazenda São Carlos, alegando que o imóvel é a principal fonte de renda do Grupo Bezerra, que atua no ramo da pecuária e da agricultura.
O imóvel é avaliado em R$ 55 milhões e possui maquinário agrícola, dois mil hectares e mais de mil cabeças de boi.
A fazenda estava prestes a ser leiloada em uma ação civil por conta de um dívida que atualizada passa dos R$ 25 milhões. Ela foi contraída pelo casal para custear a campanha eleitoral de 2010, ocasião em que Bezerra e Teté foram eleitos para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa, respectivamente.
A fazenda está localizada em Campo Verde (a 131 km de Cuiabá) e recentemente ganhou destaque por ter sido usado pelo empresário Carlos Alberto Bezerra, filho do ex-deputado, para se esconder após assassinar a companheira Thays Machado, de 44 anos, e o namorado dela, Wilian Cesar Moreno, de 30.
A decisão
A magistrada suspendeu por, 180 dias, as execuções judiciais contra a empresa – estando incluindo o leilão da fazenda.
Ela ainda definiu como administrador judicial a empresa Case Administração Judicial. Para desempenhar o serviço, irá receber R$ 593.560,38 do casal, pagos em 30 parcelas de R$ 19,7 mil.
A empresa do casal bezerra ainda deverá encaminhar à Justiça a lista dos devedores e prestar constas todo dia 20 de cada mês, a administradora judicial, o caixa da empresa.
O Grupo Bezerra alegou que a crise financeira é resultado da recessão econômica, das mudanças climáticas e da pandemia da Covid-19.
E sustentou que vem tentando de todas as formas se estabilizar, reduzir custos, despesas, porém, mesmo assim, o lucro não seria suficiente para manter os resultados, não restando outra alternativa senão a recuperação judicial, já que é única forma encontrada no momento de repactuar as suas dívidas com seus credores e colaboradores.
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