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Politica Brasil
Sexta - 20 de Julho de 2012 às 07:17

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Segundo gravações de conversas feitas pela Polícia Federal (PF), o amigo e sócio do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o empresário goiano Luiz Alberto Rassi, mantinha negócios com o grupo de Carlinhos Cachoeira. Os trechos obtidos pela PF na Operação Monte Carlo apontam que Rossi negociava com emissários do contraventor parcerias em consórcios e divisão de lotes de licitações em Goiás, de acordo com informações da Folha de S.Paulo.

O empresário admitiu conhecer Cachoeira, mas afirmou que nunca participou de negociação com ele ou seus emissários, acrescentando que as citações ao seu nome são absurdas. Já o governador Marconi Perillo, segundo a Folha, não quis comentar a relação de Rossi com Cachoeira. Sua assessoria disse que a empresa Fuad Rassi não teve contratos com o governo goiano na gestão de Perillo.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.





Fonte: Terra

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