Orgulhosa do apelido, que surgiu quando a funkeira ralhava com os "meninos" que brigavam durante os bailes, Mãe Loira contou que, desde 1989, se empenha para dar uma melhoria de vida aos jovens e quer continuar nesse caminho caso seja eleita. "Não sou uma vereadora que faço obras. Eu cuido de vidas. Se você é chamada de mãe no movimento funk, é porque você cuida de muita gente", afirmou.
A ideia de se envolver com a política surgiu justamente quando a funkeira precisou das autoridades. O ex-marido dela Rômulo Costa, do Furacão 2000, foi preso por envolvimento com drogas, e ela procurou a ajuda de um político, de quem prefere não dar o nome. "Aquilo era uma extorsão, ele não era traficante. Fui pedir ajuda. Aí escutei o governador falar, "não vou atender essa moça do funk, um bando de analfabeto que não deve ter título de eleitor". E pensei: Rômulo, precisamos provar que funk tem voto."
Mãe Loira minimiza o preconceito com o funk e os profissionais desse tipo música e os "olhares prepotentes". "Tem preconceito porque vem da comunidade, do morro, da favela. É uma discriminação social. E vem aquela coisa de saber o português correto e eles falarem alguma coisa errada. As autoridades precisam olhar com carinho para o movimento funk", opinou. Para ela, o título de funkeira não traz problemas na política. "Ou eu não teria sido eleita."
Apesar da conexão estabelecida pela candidata entre a Câmara e os palcos, Mãe Loira esclarece que, caso eleita, vai focar muito mais na política. "Quando entro em uma guerra, sou muito intensa. Sou taurina com touro. Quando me propus a entrar na política, não queria saber de mais nada." Durante os anos em que foi vereadora no Rio, a funkeira se orgulha de dois projetos de leis que vingaram: um que regulariza a situação dos empacotadores de supermercado e outro focado na educação sexual em escolas ("tem criança de 12 anos grávida na favela e a mãe trata como se fosse normal", opinou).
Comentando a recente infiltração de celebridades nas eleições, a candidata lamentou a comparação com as "mulheres-fruta". "Eu amo as meninas, mas elas precisam de direção", afirmou.
Polêmica
Em 2011, o nome de Verônica estaria mais uma vez no foco da imprensa, mas de maneira polêmica. Um ex-companheiro de Mãe Loira, Marcos Costa, a acusou de tentativa de homicídio e tortura. Ao comentar o ocorrido, a candidata justifica que "todo mundo tem problema na família" e que o caso agora deve ser julgado pela Justiça. "Mas nada disso prejudica minha conduta e caráter. Nunca fui envolvida com escândalo, sempre fui correta e trabalhadora. Existe esse tipo de maldade na minha vida e está na mão de Deus. Não vai ser uma armadilha, uma armação da vida, que vai destruir", afirmou.
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