Quebra de sigilo mostrará se prefeito recebeu propina, diz MPE Manoel Loureiro Neto, de Diamantino, é acusado de exigir dinheiro de dono de construtora na cidade
O Ministério Público Estadual (MPE) afirmou que a quebra do sigilo bancário do prefeito Manoel Loureiro Neto (MDB), de Diamantino, acusado de cobrar e receber propina de um empresário, será decisiva para o avanço das investigações. A quebra do sigilo foi autorizada pela Justiça.
A quebra do sigilo bancário é necessária, pois permitirá o acesso ao extrato detalhado das contas bancárias dos investigados
O prefeito foi alvo de busca e apreensão no último dia 15, durante operação do Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), ambos ligados ao MPE.
“A investigação somente poderá alcançar o seu objetivo – com a elucidação dos fatos – através de uma análise detalhada das contas bancárias do prefeito investigado e de seu motorista particular que, em tese, recebia os valores indevidos diretamente do empresário e, posteriormente, os depositava ou transferia para a conta bancária do prefeito”, disse o MPE.
O motorista do prefeito, Fernando Tenório Cavalcante dos Santos, também foi alvo de buscas e teve o sigilo quebrado.
Segundo o MPE, a medida de afastamento do sigilo bancário é necessária, pois permitirá o acesso ao extrato detalhado das contas bancárias dos investigados, a identificação individualizada da origem e destino das movimentações efetuadas, inclusive através da identificação de eventuais cheques emitidos, depósitos, transferências, pagamento de boletos e de faturas de cartão de crédito.
Filmado contando dinheiro
Imagens em poder da Justiça mostram o prefeito de Dimantino contando dinheiro que seria proveniente de propina.
Conforme as investigações, por diversas vezes, valendo-se do cargo de prefeito, Manoel teria exigido pagamentos de propina do empresário Alessandro Souza de Carvalho, da construtora Monte Alto Ltda., como condição para a autorização e liberação dos valores devidos pelo Município.
O empresário afirmou ainda que os valores exigidos eram entregues em espécie ao prefeito ou ao seu motorista, Fernando Tenório, “pessoa de confiança do prefeito que ficava encarregado de arrecadar a propina na ausência do seu chefe”.
Alessandro destacou que as exigências se agravaram em meados de 2022, quando o prefeito teria insinuado que os procedimentos licitatórios vencidos pela empresa continham irregularidades.
Para corroborar suas declarações, ele apresentou ao MPE conversas extraídas do aplicativo de mensagens WhatsApp; arquivos de áudios em que são ajustados dias e horários para o recebimento dos montantes exigidos; vídeo em que o prefeito confere o dinheiro e vídeo em que uma quantia é entregue nas mãos de Fernando Tenório, que se compromete a repassar ao prefeito.
Vídeo mostra prefeito contando dinheiro:
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