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Meio Ambiente
Terça - 26 de Setembro de 2023 às 09:59
Por: Alecy Alves/Diário de Cuiabá

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O Parque Mãe Bonifácia, na Avenida Miguel Sutil, está na área que tem a 2ª maior cobertura vegetal de Cuiabá
O Parque Mãe Bonifácia, na Avenida Miguel Sutil, está na área que tem a 2ª maior cobertura vegetal de Cuiabá

As árvores e os parques ambientais nunca foram tão necessários à vida da população cuiabana, como nesses tempos de calor subumano, com temperaturas que passam dos 43ºC.

E Cuiabá, a “Cidade Verde” de outrora, em permanente expansão urbana, também nunca esteve tão desprovida de cobertura vegetal capaz de oferecer sombra e amenizar o desconforto térmico.

É o que aponta a pesquisa "Análise Espacial da Cobertura Vegetal do Perímetro Urbano de Cuiabá", feita como dissertação de mestrado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) pelo engenheiro ambiental e tecnólogo em Geoprocessamento, Joelson Cardoso de Arruda.

De acordo com o resultado, a capital mato-grossense tem a média de 26,6% do perímetro urbano de Cuiabá com cobertura vegetal.

Esse percentual ainda é a soma da vegetação fragmentada com a concentrada nas reservas-parques existentes, como Mãe Bonifácia, Massairo Okamura, Zé Bolo Flor e Das Águas.

A região Sul (do Coxipó), onde fica o Parque Zé Bolo Flor, foi a que apresentou maior área, com 31,97% de cobertura vegetal, com fragmentos distribuídos de forma mais homogênea.

Já a menor foi a região Norte, onde estão localizados os parques Massairo Okamura e Das Águas, com 16,8% (e onde ficam o Centro Político, Morada da Serra entre outros).

A Leste, sem nenhuma reserva específica (abrange a região do bairro Bandeirantes e da UFMT) é a segunda pior, com 17,8%.

A região Oeste, que abriga a Unidade de Conservação (UC) do Parque da Cidade, Mãe Bonifácia, foi quantificada como sendo a segunda região com maior cobertura vegetal, 26,9%.

A pesquisa comprovou que a diferença da temperatura e da umidade do ar entre a área central da cidade e o centro de um parque ambiental chega a 5,2ºC e 10%, respectivamente.

Concluída em fevereiro deste ano, a pesquisa do agora mestre em Ciências Florestais e Ambientais pelo programa de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Florestal, Joelson Arruda, mostra uma urgência na necessidade da criação de mais reservas florestais urbanas e de arborização da cidade.

“A preocupação com a preservação e conservação das áreas verdes nas zonas urbanas ainda não é prioridade na elaboração do planejamento das cidades, apesar do Estatuto das Cidades preconizar e estabelecer as diretrizes sobre as florestas urbanas”, assinala o mestre.

Ele destaca que a ausência da vegetação ou a sua precariedade limitam os benefícios proporcionados e afetam de forma significativa a qualidade ambiental.

“A vegetação urbana é um importante fator de qualidade ambiental e envolve aspectos do solo, água, ar, microclima e vegetação”, reforça suas considerações finais citando outros pesquisados.

Cuiabá está abaixo das recomendações mínimas de áreas verdes por habitante para qualidade de vida, conforme os parâmetros da Organização Mundial de Saúde(OMS), que seria de 12m² de vegetação.

Aqui, o cálculo constante nesta pesquisa obteve 10,961 metros quadrados de áreas verdes por habitante.

Para obter o título de “Cidade Verde” ou “Cidade Árvore” da OMS precisaria, entre outras exigências, de cobertura acima 30%.

“Torna-se necessária a implantação de políticas públicas que visem à priorização de projetos mais sustentáveis, nos quais sejam preservadas as áreas ainda existentes e busquem técnicas que recuperem outras áreas, principalmente as APP dos córregos e rios”, completa o mestre Joelson Arruda.

METODOLOGIA - Nessa pesquisa, visando a mapear e a quantificar a cobertura vegetal atual do perímetro urbano de Cuiabá, foi utilizado um sensor landsat (satélite) para selecionar e captar imagens e calcular os espaços.

O estudo priorizou para o levantamento os meses sem massas d'água e aerossóis na atmosfera (radiação solar e terrestre).

Isso porque a presença de água na atmosfera (período chuvoso) e de poluentes atmosféricos (período de estiagem) podem interferir na radiância do sensor.





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