Mato Grosso responde por 21% do desmatamento na Amazônia No Estado, a área desmatada passou de 1.520 km² em 2022 para 839 km² de janeiro a novembro de 2023
De janeiro a novembro deste ano, Mato Grosso desmatou 839 km² da floresta amazônica, o que corresponde a 21% dos 3.922 km² derrubados em toda a Amazônia Legal no mesmo período.
Ao longo de 2023, o Estado, Pará e o Amazonas foram responsáveis por 74% da devastação do bioma.
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O monitoramento é do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto de Pesquisa “Homem e Meio Ambiente da Amazônia” (Imazon).
Segundo o Imazon, em toda a Amazônia houve uma redução de 62% no desmatamento acumulado neste ano comparado aos mesmos 11 meses de 2022, quando 10.286 km² foram destruídos.
Essa também foi a menor derrubada para o período desde 2017, porém ainda representa a devastação de 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia.
Além disso, a taxa precisa ser reduzida ainda mais no próximo ano para que a Amazônia chegue à 2030 com desmatamento zero, meta anunciada pelo governo federal.
Novembro registrou a maior queda no desmatamento, com 116 km² de floresta derrubados no mês, 80% a menos do registrado em 2022, quando a devastação atingiu 590 km².
“Acabamos de acompanhar mais uma Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, onde as sociedades científica e civil pressionaram por maior redução das emissões de gases do efeito estufa para conseguirmos frear o aquecimento global e os eventos climáticos extremos que estão relacionados a ele. No Brasil, isso significa prioritariamente acabar com o desmatamento na Amazônia, que foi responsável pela maior parte das emissões do país no ano passado”, explica Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon.
No Estado, a queda foi de 43% em relação a 2022, quando 1.520 km² foram desmatados.
Já fevereiro foi o mês com maior área atingida abrangendo 157 km².
Em novembro passado, foram 18 km² (-78%) desmatados contra 82 km² no mesmo mês de 2022.
Dentre 10 municípios mais críticos, Juara (709 km ao Norte de Cuiabá) aparece em segundo no ranking com 4 km² desflorestados, atrás somente de Altamira (PA) com 7 km².
O monitoramento mostra ainda que Rondônia, Acre e Maranhão também apresentaram redução na destruição.
Por outro lado, três estados tiveram aumento no desmatamento: Amapá (240%), Tocantins (33%) e Roraima (27%).
DEGRADAÇÃO - Além do desmatamento, quando há a remoção completa da vegetação nativa, o Imazon monitora a degradação florestal causada pelas queimadas ou pela extração madeireira, que causam danos parciais nas áreas afetadas.
Em novembro, pelo segundo mês consecutivo, a degradação teve aumento na Amazônia, passando de 739 km² em 2022 para 1.566 km² em 2023, uma alta de 112%.
Entre os estados, o mais afetado pela degradação foi o Pará, que concentrou 70% desse dano ambiental em novembro, seguido de Maranhão (12%), Amazonas (8%), Mato Grosso (6%) e Rondônia (4%).
OPERAÇÃO AMAZÔNIA – Desde os primeiros meses do ano, o Governo de Mato Grosso deflagou a operação “Amazônia”, que integra órgãos estaduais e federais, para coibir crimes ambientais, monitorar e fiscalizar mudanças na vegetação no Estado.
A ação visa ainda a promover o embargo de áreas, apreensão e remoção de maquinários flagrados em uso para o crime, e a responsabilização de infratores.
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), foram destinados R$ 77,4 milhões para conservação do meio ambiente e aquisição de novas tecnologias, veículos, insumos e equipamentos de fiscalização.
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