Parque Estadual Serra Azul tem deslizamento de roch Queda aconteceu no início da tarde do domingo (4), a 100 metros da Escadaria da Fé, com mais de 1,2 mil degraus
Um deslizamento de rocha foi registrado, no início da tarde de domingo (4), no Parque Estadual Serra Azul, em Barra do Garças (509 km a Leste de Cuiabá).
Com a queda, uma clareira se abriu e assustou visitantes que se encontravam na área de proteção ambiental (APA).
O local fica a aproximadamente 100 metros da Escadaria da Fé, que leva ao Mirante de Cristo e recebe milhares de turistas anualmente. Não houve feridos.
Acionada pela gerência do parque, uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no ponto turístico para avaliar a situação.
Um vídeo divulgado pela direção da APA mostra alguns visitantes e um guarda deixando a estrutura administrativa, próximo à escadaria onde as pessoas sobem para fazer caminhada.
Ainda na segunda-feira (5), um drone teria sido usado para sobrevoar a região e avaliar se houve algum dano material.
Em nota, a gerência da unidade de proteção informou que, após o sobrevoo, foi constatado um rompimento em uma estrutura da serra.
“Os detritos não puderam ser encontrados, talvez pela possibilidade de terem sido desintegrados durante o rolamento”, diz.
Ainda, conforme a nota, uma equipe da APA continuará em alerta, realizando verificação de outras áreas da unidade e que a população que vive nas zonas de risco tome muito cuidado nos dias de chuva.
“A equipe do parque constantemente percorre toda área de proteção ambiental (zona de amortecimento), orientando a população quanto aos riscos e deste modo contribuindo por uma melhor segurança para todos”, diz.
Um relatório também será enviado do CB, Defesa Civil e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para providências.
Técnicos já haviam alertado anteriormente que a vegetação da serra com o passar dos anos se enfraquece em função das queimadas e quando chega o período chuvoso sempre existe risco de deslizamento.
Isso porque esta não é a primeira que a região registra desmoronamento.
Em novembro de 2019, uma pedra se desprendeu da encosta da Serra Azul e atingiu uma casa, no Bairro Santo Antônio.
Na ocasião, o proprietário da casa e o filho dele tiveram ferimentos leves.
Eles foram encaminhados ao hospital e, depois de medicados, foram liberados.
Além disso, a queda no Parque Estadual ocorre em meio aos bloqueios que vêm sendo realizados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) na MT-251, estrada de Cuiabá para Chapada dos Guimarães, desde dezembro do ano passado por conta da queda de terra registrados no Portão de Inferno.
Diante do risco de acidentes, o local sofre interdições parcial ou total e obras de contenção vêm sendo realizados no ponto.
Desde então, muito vem sendo discutido sobre as medidas a serem tomadas e o porquê de as ações não terem sido executadas antes, inclusive, uma comissão criada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) esteve no local para avaliar a situação.
Em entrevista à imprensa, o geólogo e presidente da Federação Brasileira dos Geólogos (Febrageo), Caiubi Kuhn, tem alertado que o Estado não faz gestão de risco e monitoramento em nenhuma região, o que resulta em obras emergenciais e altos prejuízos, além de oferecer perigo para a população.
Conforme ele, outras rodovias do Estado têm riscos de quedas de bloco, deslizamentos, erosões de grande porte como ravinas e voçorocas, além de outras terem riscos de inundações e alagamentos.
Entre os pontos citados, estão as rodovias em Tangará da Serra ou na Serra da Petrovina, próximo a Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).
Por isso, é importante desenvolver uma política de gestão de risco adequada para evitar o processo e/ou reduzir os impactos e garantir a segurança à população.
Parte do cerrado, o Parque Estadual da Serra Azul possui 11 mil hectares e todos os anos recebe milhares de turistas.
O local também é um dos cartões postais da cidade de Barra do Garças, com uma escadaria de 1.204 degraus que dá acesso ao Cristo Redentor, trilhas e cachoeiras.
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