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Meio Ambiente
Terça - 06 de Fevereiro de 2024 às 12:06
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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O local também é um dos cartões postais da cidade de Barra do Garças, com uma escadaria de 1.204 degraus que dá acesso ao Cristo Redentor, trilhas e cachoeiras
O local também é um dos cartões postais da cidade de Barra do Garças, com uma escadaria de 1.204 degraus que dá acesso ao Cristo Redentor, trilhas e cachoeiras

Um deslizamento de rocha foi registrado, no início da tarde de domingo (4), no Parque Estadual Serra Azul, em Barra do Garças (509 km a Leste de Cuiabá).

Com a queda, uma clareira se abriu e assustou visitantes que se encontravam na área de proteção ambiental (APA).


O local fica a aproximadamente 100 metros da Escadaria da Fé, que leva ao Mirante de Cristo e recebe milhares de turistas anualmente. Não houve feridos.

Acionada pela gerência do parque, uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no ponto turístico para avaliar a situação.

Um vídeo divulgado pela direção da APA mostra alguns visitantes e um guarda deixando a estrutura administrativa, próximo à escadaria onde as pessoas sobem para fazer caminhada.

Ainda na segunda-feira (5), um drone teria sido usado para sobrevoar a região e avaliar se houve algum dano material.

Em nota, a gerência da unidade de proteção informou que, após o sobrevoo, foi constatado um rompimento em uma estrutura da serra.

“Os detritos não puderam ser encontrados, talvez pela possibilidade de terem sido desintegrados durante o rolamento”, diz.

Ainda, conforme a nota, uma equipe da APA continuará em alerta, realizando verificação de outras áreas da unidade e que a população que vive nas zonas de risco tome muito cuidado nos dias de chuva.

“A equipe do parque constantemente percorre toda área de proteção ambiental (zona de amortecimento), orientando a população quanto aos riscos e deste modo contribuindo por uma melhor segurança para todos”, diz.

Um relatório também será enviado do CB, Defesa Civil e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para providências.

Técnicos já haviam alertado anteriormente que a vegetação da serra com o passar dos anos se enfraquece em função das queimadas e quando chega o período chuvoso sempre existe risco de deslizamento.

Isso porque esta não é a primeira que a região registra desmoronamento.

Em novembro de 2019, uma pedra se desprendeu da encosta da Serra Azul e atingiu uma casa, no Bairro Santo Antônio.

Na ocasião, o proprietário da casa e o filho dele tiveram ferimentos leves.

Eles foram encaminhados ao hospital e, depois de medicados, foram liberados.

Além disso, a queda no Parque Estadual ocorre em meio aos bloqueios que vêm sendo realizados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) na MT-251, estrada de Cuiabá para Chapada dos Guimarães, desde dezembro do ano passado por conta da queda de terra registrados no Portão de Inferno.

Diante do risco de acidentes, o local sofre interdições parcial ou total e obras de contenção vêm sendo realizados no ponto.

Desde então, muito vem sendo discutido sobre as medidas a serem tomadas e o porquê de as ações não terem sido executadas antes, inclusive, uma comissão criada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) esteve no local para avaliar a situação.

Em entrevista à imprensa, o geólogo e presidente da Federação Brasileira dos Geólogos (Febrageo), Caiubi Kuhn, tem alertado que o Estado não faz gestão de risco e monitoramento em nenhuma região, o que resulta em obras emergenciais e altos prejuízos, além de oferecer perigo para a população.

Conforme ele, outras rodovias do Estado têm riscos de quedas de bloco, deslizamentos, erosões de grande porte como ravinas e voçorocas, além de outras terem riscos de inundações e alagamentos.

Entre os pontos citados, estão as rodovias em Tangará da Serra ou na Serra da Petrovina, próximo a Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).

Por isso, é importante desenvolver uma política de gestão de risco adequada para evitar o processo e/ou reduzir os impactos e garantir a segurança à população.

Parte do cerrado, o Parque Estadual da Serra Azul possui 11 mil hectares e todos os anos recebe milhares de turistas.

O local também é um dos cartões postais da cidade de Barra do Garças, com uma escadaria de 1.204 degraus que dá acesso ao Cristo Redentor, trilhas e cachoeiras.





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