MT inicia o ano com queda de 78% no desmatamento Apesar da redução, o Estado registrou a segunda maior área devastada da floresta amazônica em janeiro deste ano respondendo por 24% do total derrubado em todo o bioma
Mato Grosso foi o estado com a segunda maior área devastada na Amazônia Legal em janeiro de 2024. De acordo com monitoramento por imagens de satélite do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 19 km2 da floresta amazônica foram desmatados ao longo dos 31 dias do mês passado no Estado, o que correspondeu a 24% do total derrubado em toda a região, que atingiu 79 km2.
Contudo, houve uma queda de -78% em relação ao mesmo período de 2023, quando o desmatamento atingiu 85 km2 no território mato-grossense. No geral, o bioma teve, em janeiro deste ano, seu décimo mês consecutivo na redução do desflorestamento. Conforme os dados do Imazon, a derrubada passou de 198 km² em janeiro de 2023 para 79 km² no primeiro mês de 2024, um declínio de 60%.
Roraima foi o estado com maior devastação em janeiro, representando 40% da área derrubada em toda Amazônia, seguido de Mato Grosso. Após, vem o Pará (18%), Rondônia (8%), Amazonas (6%) e Maranhão (4%). Apesar da queda, a destruição detectada na Amazônia em janeiro equivale à perda de mais de 250 campos de futebol por dia de floresta e foi maior do que as registradas no mesmo mês de anos como 2016, 2017 e 2018, por exemplo.
“Para reduzir ainda mais a derrubada e chegarmos à meta de desmatamento zero em 2030, que é prioritária para o Brasil reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, é essencial continuar investindo em fiscalização e fortalecimento dos órgãos ambientais e fazer a destinação de florestas públicas para criação de novas áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação”, pontou a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim.
Quatro municípios mato-grossenses estão entre os 10 considerados mais críticos, sendo eles, Marcelândia, Feliz Natal, Canarana e Porto dos Gaúchos. Já a maioria (72%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, além dos assentamentos (20%), unidades de conservação (7%) e terras indígenas (1%).
Dentre as 10 unidades, uma delas fica em Mato Grosso. Trata-se da Resex Guariba-Roosevelt, localizada em Aripuanã (1.002 km de Cuiabá) e com 1 km2 desmatado. A mesma área foi registrada em Triunfo do Xingo (PA) e na Resex do Rio Preto-Jacundá (RO).
O monitoramento mostra ainda que as florestas degradadas na Amazônia somaram 16 quilômetros quadrados em janeiro de 2024, o que representa um aumento de 7% em relação a janeiro de 2023. No Estado, não houve variação da degradação florestal. O Imazon classifica o desmatamento como o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal. á a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira.
Em entrevista no início desta semana à imprensa, a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, reafirmou que o Governo de Mato Grosso busca promover o desenvolvimento de forma aliada à sustentabilidade. Por isso, é Estado que mais produz alimentos no país e preserva mais de 60% do seu território.
Lazzareti destacou ainda que Mato Grosso combate ao desmatamento ilegal com tolerância zero, monitorando 100% das áreas com auxílio de satélites em tempo real, além de disponibilizar equipes de fiscalização em campo. Entre 2019 e 2023, foram julgados 25.520 processos de multas ambientais favoráveis ao Estado e recolhidos R$ 158,1 milhões em multas por crimes ambientais.
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