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Judiciário e Ministério Público
Terça - 05 de Março de 2024 às 09:45
Por: Cíntia Borges/Midia News

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Gilmar de Souza Cardoso, acusado de ser um dos articuladores da organização criminosa

O ex-assessor executivo de Governo da Prefeitura de Cuiabá, Gilmar de Souza Cardoso, afirmou em conversa por aplicativo de mensagem que o ex-secretário municipal de Saúde, Célio Rodrigues, recebia R$ 3,5 milhões por mês de empresas prestadoras de serviço no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).

Será que procede? É muito dinheiro para encontrar em uma residência

A informação consta em uma conversa que Gilmar - também acusado de participar da organização criminosa montada para drenar os cofres da Saúde - teve com a ex-secretária de Saúde Suelen Alliend em fevereiro de 2023.

No diálogo, obtido após a quebra de sigilos telemáticos, Suelen encaminha para Gilmar uma notícia dando conta de que, durante a Operação Hypnos, que investigou fraudes na Saúde de Cuiabá, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão na casa de servidores do Hospital Municipal.

“Será que procede? É muito dinheiro para encontrar em uma residência”, espanta-se de Suelen, que morreu em abril do ano passado vítima de uma parada cardiorrespiratória.


“Ele pega 3,5 milhões todo mês das empresas que atendem o HMC. Mês passado a Secretaria Municipal de Saúde mandou R$ 15 milhões para o HMC”, responde Gilmar.

“Gilmar de Souza Cardoso, ao comentar a apreensão de alta quantia na casa de um dos investigados na Operação Hypnos, demonstra conhecer a fundo o esquema de recebimento de propinas por parte do ex-Secretário Célio Rodrigues da Silva, envolvido em várias operações policiais na saúde municipal, tanto na esfera estadual quanto na federal, já tendo sido preso por diversas vezes”, escreveram os promotores de Justiça na medida cautelar que pediu o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro.

“Gilmar sabe, inclusive, que Célio recolhe R$ 3,5 milhões de reais mensais das empresas que prestam serviços ao Hospital Municipal de Cuiabá, necessitando sacar altas quantias em dinheiro para poder devolver, esquivando-se, entretanto, de dizer o destinatário”.

No documento, os promotores lembram que no dia 27 de outubro do ano passado, a Corregedoria da Polícia Civil deflagrou a Operação Three Million, contra sete policiais civis que teriam invadido a chácara de Célio em busca de R$ 3 milhões que estariam escondidos no forro da casa. O dinheiro seria oriundo de propina.

Prisões

Célio Rodrigues já foi preso três vezes acusado de corrupção. A primeira ocorreu em outubro de 2021 no âmbito da Operação Cupincha, segunda fase da Curare, deflagrada pela Polícia Federal para investigar desvio de verba para custeio de leitos de UTI para pacientes com Covid.

A segunda vez foi em fevereiro do ano passado, durante a Operação Hypnos, que apurou a compra de medicamentos jamais entregues.

Na decisão que autorizou a Operação Hypnos, o juiz João Bosco Soares da Silva afirmou que Célio Rodrigues tem uma “personalidade voltada ao crime”.

Em outubro do ano passado, ele voltou a ser preso por envolvimento em um esquema de corrupção na Saúde de Sinop.

Afastamento

As investigações do Ministério Público Estadual levaram ao afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro por seis meses.

A decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva atende a um pedido de promotores do Naco (Núcleo de Ações de Competências Originárias), setor do MPE que investiga pessoas com foro especial por prerrogativa de função, como prefeitos.

Além do afastamento de Emanuel, a decisão também atinge Gilmar, Célio e o ex-secretário-adjunto de Saúde Milton Corrêa da Costa. Todos estão proibidos de frequentar a prefeitura, de se comunicar e de deixar Cuiabá sem autorização judicial.





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