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Saúde
Sexta - 14 de Junho de 2024 às 18:27
Por: Aline Costa/Gazeta Digital

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O sangue humano é um elemento insubstituível. Não existem sintéticos, remédios, procedimentos ou soros que possam ser utilizados quando uma pessoa necessita de transfusão sanguínea. Nestes casos, o que pode estar entre a vida e a morte de alguém é a boa vontade de um doador que utilizou parte de seu tempo para ir até um dos espaços de doação e realizar esse gesto.

Ter um estoque de bolsas de sangue é necessário em vários casos dentro de hospitais. O líquido é necessário em diversos casos, como transfusão em pessoas com câncer, com doenças hematológicas e para aqueles que podem ter perdido quantidade excessiva em acidentes.

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Gian Carla Zanela, diretora-geral do MT-Hemocentro

Gian Carla Zanela, diretora-geral do MT-Hemocentro

Gian Carla Zanela, diretora-geral do MT-Hemocentro, explica também a necessidade de estoque nos hospitais em casos de cirurgias. “A gente não fala em cirurgia em qualquer hospital do mundo sem pensar que tem que ter o sangue ali de precaução. A pessoa pode necessitar de transfusão sanguínea ou não, mas, caso precise, tem que ter ali para transfundir”.

A diretora também contou ao azeta Digital que mais de 353 mil pessoas já passaram por alguma unidade de coleta de sangue em todo o estado de Mato Grosso. Apesar disso, é comum que a quantidade de alguns tipos sanguíneos estejam em estado crítico, pois nem todas as pessoas cadastradas e que já doaram pelo menos uma vez retornam ao hemocentro para coletas recorrentes.

O hemocentro de Mato Grosso coletou, de janeiro a novembro do ano passado, cerca de 39 mil bolsas de sangue que foram responsáveis por ajudar cerca de 100 mil pacientes por todo o estado.

Entre essas milhares de doações, uma delas veio de João Vittor de Moura Padilha, 21, estudante da Universidade Federal de Mato Grosso. João é doador há 3 anos.

O que fez com que ele tomasse a iniciativa foi quando uma pessoa próxima da família necessitou de doação. Assim, ele começou e continuou até hoje por entender que cada bolsa de sangue é importante para ajudar outra pessoa. “Eu continuo doando sangue porque sei que muita gente precisa e os estoques estão baixos. O processo de doação não é custoso quando comparado ao benefício que se tem em poder ajudar uma pessoa necessitada”, explicou ele.

O MT-Hemocentro é o único banco de sangue público de Mato Grosso. A instituição atende a pacientes da Capital e interior.

É seguro doar?

A diretora do MT-Hemocentro contou ao Gazeta Digital como ocorre o processo do sangue, desde sua coleta do doador até a transfusão em um paciente. Mas, antes mesmo da doação, o interessado em doar passa por vários exames para garantir a segurança na transfusão.

Uma bolsa de sangue, após ser coletada, passa por processos de separação, em que o sangue é dividido em 4 elementos principais. Esse processo faz com que uma única doação seja aproveitada ao máximo possível, utilizada em mais de uma pessoa. Cada paciente vai receber apenas os elementos necessários do sangue humano, o que assegura eficiência e economia.

Uma coleta para doação dura de 5 a 10 minutos, onde são retirados cerca de 450 ml do líquido. Gian explica que essa quantidade é variável de doador para doador, ou seja, são realizadas análises do paciente, para que o ato seja seguro tanto para quem doa, quanto para quem recebe.

Os cuidados pré-coleta existem para garantir que a doação não cause risco à saúde. Antes da doação são verificados os sinais vitais, quantidade de sangue presente no organismo, concentração de células vermelhas, temperatura corporal e peso.

Após a coleta, o sangue passa para a etapa de separação e, enquanto está nesta fase, uma pequena amostra é submetida a exames sorológicos necessários para que se garanta a proteção das pessoas que o receberão. Após os exames, o sangue é liberado para o estoque e todos os municípios do estado têm acesso a ele para cuidados com os pacientes.

João relata que, durante os 3 anos que doa regularmente, as coletas foram realizadas com facilidade. Ele destaca o dia que não havia dormido e se hidratado segundo as recomendações e sentiu dor durante a doação, o que fez os profissionais interromperem o procedimento e cuidar do paciente até que ele se sentisse bem novamente.

“O pessoal da equipe que acompanha os doadores sempre interagem com a gente, então quando eu informei que estava sentindo dor eles interromperam o procedimento, me auxiliaram até eu me sentir bem e me encaminharam para realizar a triagem e retornar a doação outro dia”.

Para realizar sua doação no Hemocentro, basta preencher os requisitos e agendar sua doação clicando aqui.

Quero ser doador, o que preciso?

Estar Saudável;

Estar alimentado;

Não ingerir bebidas alcoólicas no mínimo 12 horas antes da doação;

Pesar no mínimo 51 quilos;

Ter idade entre 16 a 69 anos (menores de idade precisam de autorização e maiores de 60 anos só podem doar se já houverem realizado uma doação antes dos 60)

A distância da capital não é um fator que impede as pessoas de contribuírem com a doação de sangue. Gian explicou que no interior do Estado, as doações podem ser feitas nas Unidades de Coleta e Transfusão, localizadas nos seguintes municípios: Juína, Juara, Colíder, Alta Floresta, Cáceres, Primavera do Leste, Barra do Garças, Sinop, Porto Alegre do Norte, Água Boa, Rondonópolis, Tangará da Serra, Barra do Bugres e Sorriso.

Nesta sexta-feira (14), é considerado mundialmente como o Dia Mundial do Doador de Sangue. O hemocentro de Cuiabá aproveita a data como forma de enaltecer todas aquelas pessoas que contribuem com os bancos de sangue de Mato Grosso.

Por último, Gian destaca a importância de se existirem doadores regulares e faz um apelo para que cada vez mais pessoas ajudem. “É importante a gente ter um estoque estratégico suficiente. Por isso que fazemos campanhas e vamos ao interior do estado, para que mais pessoas se sensibilizem e façam doação de forma regular”, explica. “Os homens podem fazer doações de dois em dois meses e no máximo 4 vezes ao ano. As mulheres de 3 em 3 meses, no máximo 3 vezes ao ano”, finaliza ela.





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