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Meio Ambiente
Terça - 25 de Junho de 2024 às 14:12
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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WWF Brasil

Mato Grosso é o estado brasileiro com a maior concentração de área queimada no acumulado dos últimos 39 anos.

De acordo com dados da mais recente coleção do MapBiomas Fogo, entre 1985 e 2023, 43.667.745 hectares, foram consumidos pelas chamas no território mato-grossense.

Com com o Pará e o Maranhão, o Estado respondeu por quase metade (46%) da área queimada no país.

No mesmo período, 199,1 milhões de hectares foram queimados pelo menos uma vez no Brasil.

Dentre as unidades da Federação, em segundo lugar aparece o Pará, com 28.477.619 ha destruídos, seguido do Maranhão, com 20.240.572 ha e do Tocantins, com 19.249.875 ha.

Quatro municípios mato-grossenses também estão entre os 15 que mais queimaram no período, sendo eles Cocalinho (1.154.700 ha); Paranatinga (1.105.900 ha); Cáceres (959.800 ha) e, Vila Bela da Santíssima Trindade (934.200 ha).

Segundo o estudo, mais de dois terços da área afetada por fogo (68,4%) foi de vegetação nativa; aproximadamente um terço (31,6%) em área antropizada, como pastagem e agricultura e 60% de toda área queimada aconteceu em imóveis privados.

Estação que está apenas no começo, a seca, entre julho e outubro, concentra 79% das ocorrências de área queimada no Brasil, sendo que setembro responde por um terço do total (33%).

Os dados do MapBiomas Fogo mostram também que cerca de 65% da área afetada pelo fogo no país foram queimadas mais de uma vez ao longo do período.

Juntos, o Cerrado e a Amazônia concentraram cerca de 86% da área queimada pelo menos uma vez no Brasil, em 39 anos.

No Cerrado, foram 88,5 milhões de hectares, ou 44% do total nacional.

Na Amazônia, queimaram 82,7 milhões de hectares (42%).

"A Amazônia enfrenta um risco elevado com a ocorrência de incêndios devido à sua vegetação não ser adaptada ao fogo, agravando o nível de degradação ambiental e ameaçando a biodiversidade local, enquanto a seca histórica e as chuvas insuficientes para reabastecer o lençol freático intensificam a vulnerabilidade da região", explicou, por meio da assessoria de imprensa, Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo e diretora de Ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Coordenadora técnica do MapBiomas Fogo e pesquisadora do Ipam, Vera Arruda reforça que o Cerrado tem sofrido com altas taxas de desmatamento, o que resulta no aumento de queimadas e no risco de se tornarem incêndios descontrolados, alterando o regime natural do fogo.

"Essas mudanças impactam negativamente o equilíbrio ecológico, pois o fogo, embora seja um componente natural do Cerrado, está ocorrendo com uma frequência e intensidade que a vegetação não pode suportar", disse.

Para o MapBiomas, os dados mostram padrões históricos claros sobre o quê, quando e quanto queima no Brasil todos os anos, o que permite ao poder público entender as tendências, identificar as áreas de maior risco e estabelecer ações coordenadas e mais eficientes de combate às queimadas.

O Governo de Mato Grosso tem reafirmado que vem atuando de forma integrada para prevenção e preparação à temporada de incêndios florestais no Estado.

Neste ano, as ações envolvem as secretarias como as de Estado de Segurança Pública (Sesp), de Meio Ambiente (Sema), Infraestrutura e Logística (Sinfra) e a Defesa Civil.

Somente para 2024, o Governo garante que destinou R$ 74,5 milhões para combate aos crimes ambientais, dos quais R$ 30,9 milhões são exclusivamente para combate aos incêndios.

Também para garantir mais efetividade no combate aos incêndios, o Estado disse que antecipou e estendeu o período proibitivo de uso do fogo no Pantanal, consideração as previsões de estiagem severa para os próximos meses, e elaborou, de forma conjunta, o Plano de Combate ao Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais.





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