Fogo no Parque Nacional do Pantanal teve origem há 10 meses ICMBio diz que incêndio atual no bioma teve causa natural e foi originado em outubro do ano passado
Brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e bombeiros militares da Força Nacional combatem dois focos de incêndios florestais no interior do Parque Nacional do Pantanal, localizado na porção central da Unidade de Conservação (UC) federal, em Mato Grosso.
Somente neste ano, a estimativa é de que o fogo tenha atingido mais de 12 mil hectares do parque nacional.
Até sexta-feira (12), os pontos de queimada combatidos encontravam-se na fase de monitoramento e vigilância, e a preocupação é evitar que eles avancem para áreas de campo no parque, onde as linhas de fogo ficam mais extensas e de difícil combate.
Conforme informações do ICMBio, o incêndio atual no parque nacional teve causa natural, por raio, e foi originado em outubro do ano passado, ou seja, há 10 meses.
“Apesar de ter sido controlado no final de 2023, o fogo se manteve adormecido no subsolo, tendo reaparecido em algumas ocasiões e, com o avanço do tempo seco a partir dos meses de maio e junho deste ano, o fogo passou a atingir o leito seco dos corixos, por onde tem se propagado”, informou o instituto.
Ainda na quarta-feira (10), uma equipe de sete brigadistas iniciou o combate ao segundo foco de incêndio ativo, em um “corixo” na região central da unidade federal.
A equipe de combatentes deslocou-se da sede da unidade de conservação em helicóptero do modelo Pantera, do Exército Brasileiro, e pernoitou na área realizando o combate direto e indireto ao incêndio.
Antes, entre segunda (8) e terça (9), as equipes combateram outro foco de incêndio na porção central do parque, que também está na fase de monitoramento e vigilância, com a permanência de uma equipe de quatro brigadistas nos locais, para evitar reignições.
O incêndio no interior do Parque Nacional ocorre em áreas isoladas, que são acessíveis apenas com transporte dos brigadistas e equipamentos por helicópteros.
Além disso, as turfas características do solo do Pantanal tornam o combate mais complexo, exigindo a confecção manual de trincheiras nas linhas de defesa contra o avanço do fogo, as quais são cavadas retirando o material combustível até a camada de solo mineral.
Também as baixas temperaturas registradas com a chegada de frente fria na região do Pantanal, embora melhorem as condições para o combate às chamas, são mais um desafio para os brigadistas, que pernoitam em barracas em áreas onde o frio é intenso.
Em campo, os brigadistas se alimentam com kits de rações de combate fornecidas pelo Exército Brasileiro.
RESERVA DOROCHÊ - O incêndio florestal atingiu parte da reserva particular do patrimônio natural “Dorochê”, na segunda-feira (8).
Mas, com as baixas temperaturas dos últimos dias, o incêndio perdeu intensidade no local.
O Comando do Incidente continuará monitorando o local e avalia que, devido ao solo de turfa, pode haver focos ainda latentes que podem reacender posteriormente.
“O fogo é dinâmico. Destacamos a importância de realizar o monitoramento e vigilância dos focos para as equipes em campo após o combate. É necessário que esse trabalho seja feito de forma muito criteriosa. Muitas vezes parece que o fogo acabou, mas vem dias de calor e tempo seco, e os focos ressurgem e precisam ser combatidos novamente, com rapidez e segurança”, disse o chefe de Operações do Sistema de Comando no Parque Nacional, Rodrigo Amaral.
O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso informou que equipes da corporação fazem o estudo da área para determinar pontos de entrada por terra e atuar no combate.
Também, monitora via satélite, um incêndio que teria iniciado na área federal da terra indígena Sararé e avançado para a região de uma mineradora em Nova Lacerda.
“Os militares estão à disposição para o combate ao incêndio, contudo, aguardam autorização para entrar na área”, destacou.
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