População vai pagar por isenção dada a setor, diz ex-senador Câmara aprovou texto que isenta qualquer tipo de carne na lista de alimentos com isenção fiscal
O ex-senador da República Cidinho Santos (PP) disse ver com “preocupação” a aprovação do projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo, em especial sobre a questão da carne.
Eu como empresário do setor fiquei feliz com a isenção de tributação, mas como cidadão tenho minhas preocupações
No texto base aprovado pela Câmara Federal, entre isenções e travas, diz que qualquer tipo de carnes, peixes, queijos e sal foram incluídos na lista de alimentos com isenção de imposto. O texto será encaminhado ao Senado Federal para análise.
Dona da União Avícola, Cidinho afirmou que como empresário do setor de carnes comemorou a medida. No entanto, se preocupa com o possível aumento do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) para compensar a perda tributária que o Estado deve ter com o imposto zero.
“Eu como empresário do setor fiquei feliz com a isenção de tributação. Como cidadão tenho minhas preocupações porque vai ter essa isenção, mas vamos ter a possibilidade de uma alíquota maior do IVA, que estava projetada a 26%, e pode ser um pouco a mais”, disse ao MidiaNews.
“Por um lado foi positivo, mas a população toda vai pagar pela isenção de um imposto que vai beneficiar apenas um setor”, emendou.
A projeção do Governo Federal é de que com a isenção da carne o IVA pode ter um acréscimo de 0,53 ponto percentual, de 26,5% para 27,03%.
Para Cidinho, o mais adequado seria aprovação do cashback para família de baixa renda. Essa questão encontra resistência e ainda está pendente de análise no Congresso Nacional.
“Eu defenderia mais o cashback. Tributaria a carne e as pessoas que não tivessem condições de pagar o imposto, teriam um retorno. Seria mais justo. Mas foi aprovado, e vamos em frente”, disse.
O cashback é tratado no setor do comércio como a “devolução” de um percentual de dinheiro gasto na compra de um item.
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