Desembargador "monge" ganhou R$ 78 mil por mês em penduricalhos O montante recebido por Perri em 2924, entre salários, indenizações e direitos eventuais ultrapassa R$ 1,4 milhão

O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT), se queixou, em entrevista a um podcast, que a vida dos magistrados no Brasil é permeada por “agruras” financeiras.
Segundo Perri, cujo salário-base de R$ 39 mil, “a vida de um magistrado é quase como a vida de um monge”.
Ele recebeu, em média, R$ 78 mil por mês no ano passado em indenizações, que são conhecidas como penduricalhos.
O TJMT não especifica quais rubircas compõem a renda extra dos magistrados.
A Corte informa apenas que podem ser indenizações ou gratificações eventuais.
O montante recebido por Perri no ano passado, entre salários, indenizações e direitos eventuais ultrapassa R$ 1,4 milhão.
“Eu já passei agruras na magistratura financeiramente. Hoje estamos vivendo um período de bom salário“, disse Perri ao podcast Agorapod.
”Nós, magistrados, vivemos modestamente”, prosseguiu em outro trecho.
O desembargador relatou no podcast que precisou migrar de plano de saúde porque não teria condições de pagá-lo.
“Pouco tempo atrás, eu confesso a vocês, eu tive de sair do meu plano de saúde da Sul América e tive de migrar para a Unimed porque eu não estava conseguindo pagar um plano de saúde digno para mim e para a minha família. É assim a vida do magistrado”, afirmou.
Em outro relato, o desembargador disse que, no início de carreira como juiz, ganhava menos do que um garçom.
“O garçom disse, interferindo na nossa conversa [em um restaurante], que ganhava mais do que eu, juiz”, afirmou.
Perri ainda saiu em defesa do “vale-peru”, um benefício de R$ 10 mil pago pelo TJMT aos juízes e servidores da casa.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a restituição dos valores e nesta sexta-feira (21), o corregedor nacional de Justiça, Mauro Campbell, deu 15 dias para que a instituição comprove que o montante foi devolvido.
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