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Meio Ambiente
Domingo - 02 de Março de 2025 às 07:41
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Imazon
Os dados sobre queimadas e desmatamento no Brasil divulgados são provenientes do Inpe
Os dados sobre queimadas e desmatamento no Brasil divulgados são provenientes do Inpe

Mato Grosso liderou o desmatamento na Amazônia Legal em janeiro deste ano, concentrando 45% do total detectado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Ao todo, 133 quilômetros quadrados (km²) da floresta amazônica foram devastados ao longo dos primeiros 31 dias de 2025, o que representa um aumento de 68% em relação a janeiro de 2024, quando o desmatamento somou 79 km².

Conforme o Imazon, a área é a sexta maior desmatada da série histórica para o mês e representa mais de 400 campos de futebol derrubados por dia.

No Estado, houve uma variação de 216%, com 60 km² destruídos em janeiro do ano corrente contra os 19 km² atingidos no mesmo mês de 2024.

Além de Mato Grosso, o desmatamento detectado no mesmo período ocorreu em Roraima (23%), Pará (20%), Rondônia (5%), Amazonas (3%), Acre (2%) e Maranhão (2%).

Juntos, os três primeiros estados somam 88% da redução de vegetação registrada na Amazônia.

“Esses números evidenciam uma crescente pressão sobre a Amazônia e servem como um sinal de alerta para a necessidade de fortalecer as ações de monitoramento na região”, disse a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim.

“Para reverter esse cenário, é fundamental intensificar a fiscalização, ampliar as operações de combate aos crimes ambientais e fortalecer políticas que incentivem a proteção e o uso sustentável da floresta”, completou.

Dos dez municípios que mais desmataram, seis estão localizados no território mato-grossense: Juína (8 km²); Nova Maringá (8 km²); Feliz Natal (6 km²); Porto dos Gaúchos (5 km²); Aripuanã e Tabaporã, com 4 km² cada.

Os demais ficam em Roraima (3) e no Pará (1).

Além do crescimento, o Imazon também considera preocupante a perda em áreas protegidas concentrada em algumas regiões, especialmente, no Amazonas.

O estudo identificou ainda que sete das dez terras indígenas (TI) mais afetadas pelo desmatamento estão total ou parcialmente dentro de Roraima, evidenciando a vulnerabilidade das TIs no Estado.

Em Mato Grosso, a TI Japuíra ocupou o quinto lugar dentre as 10 mais atingidas.

“A destruição dessas terras impacta diretamente os povos originários, que dependem da floresta para sua sobrevivência, além de comprometer a manutenção da biodiversidade de fauna e flora e a regulação climática. É preciso uma ação em conjunto dos órgãos responsáveis para atuar nos locais apontados como mais críticos”, explicou Larissa Amorim.

Já degradação, caracterizada pela derrubada parcial da vegetação, que ocorre devido às queimadas e extração madeireira, atingiu 355 km² da região no primeiro mês do ano de 2025.

A área ainda é 21 vezes superior à impactada no mesmo período do ano passado, quando 16 km² foram acometidos.

Em Mato Grosso, foram 44 km² degradados, sendo que os estados amazônicos que tiveram maior ocorrência da atividade foram o Pará (46%), com 116 km² degradados, e Maranhão (40%), com 144 km².

Juntos eles concentraram 86% das áreas com a prática.

Para combater o desmatamento ilegal e outros crimes ambientais, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente tem lançado mão de ações, como a “Amazônia” que, em 2024, realizou 298 operações.

As estratégias são planejadas a partir do monitoramento constante das alterações na cobertura da vegetação nativa do Estado.

Levantamento recente divulgado pela Sema aponta que um valor total de multas aplicadas da ordem de R$ 1,6 bilhão entre janeiro e novembro de 2024.

Destes R$ 1,6 bilhão, 59% foram aplicadas no local (in loco) e 41% de forma remota.

Além disso, foram embargados 267 mil hectares por desmatamento ilegal e emitidos 4.171 autos de infração.





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URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/467225/visualizar/
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