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Meio Ambiente
Terça - 22 de Abril de 2025 às 17:08
Por: Ana Karla Flores/Primeira Página

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Chris Brunskill

Um ataque fatal atribuído a uma onça-pintada chocou a região pantaneira de Aquidauana na segunda-feira (21). O caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi morto em uma propriedade rural às margens do Rio Miranda, na localidade conhecida como Touro Morto. Ele vivia sozinho no local, de difícil acesso, cercado por mata densa.

Rastro de onça-pintada encontrado na fazenda Rastro de onça-pintada encontrado na fazenda

Embora o caso tenha gerado grande comoção, especialistas em conservação alertam para o risco de interpretações equivocadas.

O biólogo Gustavo Figueirôa, do projeto SOS Pantanal, usou suas redes sociais para reforçar a importância de não transformar o episódio em motivo de caça ou retaliação contra a espécie.

“A onça-pintada não é, por natureza, um animal perigoso para o ser humano. É um felino reservado, que evita contato e só ataca em situações extremas, geralmente provocadas por interferência humana. Casos como esse são extremamente raros”, afirmou Figueirôa.

O biólogo também lembrou que a onça-pintada é um símbolo do Pantanal e um ativo importante para o turismo ecológico e a economia local, por meio da observação de fauna.

“Esse caso não pode ser motivo para hostilizar as onças nem para afastar visitantes do Pantanal. Precisamos aguardar a apuração completa antes de qualquer julgamento precipitado”, reforçou.

Nas redes sociais, vídeos gravados na propriedade mostram um familiar da vítima fazendo comentários sobre o ataque, inclusive relembrando brincadeiras que Jorge teria feito dias antes, relacionadas à presença de onças na área.

Os vídeos também revelam a extensão da força do animal e os rastros deixados no entorno da casa. Esses registros estão sendo analisados pelas autoridades como parte da investigação.



A região do Pantanal é conhecida pela coexistência entre o homem e a vida selvagem, mas especialistas reforçam que essa relação exige preparo, respeito e informação.

Segundo Figueirôa, o caso deve servir como um alerta para a necessidade de monitoramento e educação ambiental contínua.

“Estamos acompanhando de perto o caso e nos colocamos à disposição das autoridades. É momento de pesar e de respeito à vítima e seus familiares, mas também de responsabilidade para que não transformemos um acidente raro em uma tragédia ambiental”.
Gustavo Figueirôa

Outro biólogo que comentou o caso foi Henrique Abrahão Charles, que fez publicação nas redes sociais. No primeiro vídeo, Charles comenta as primeiras informações sobre o ocorrido e se surpreende ao perceber que um dia antes, a vítima brincou sobre um ataque de onça.

“Sinistro, cara. Eles estavam brincando com essa situação e o que aconteceu parece que foi o pior”.

Investigação do ataque de onça-pintada

A PMA (Polícia Militar Ambiental) continua atuando na região e mais informações devem ser divulgadas conforme a investigação avança.

A descoberta foi feita por um piloteiro que passou pela área e notou rastros de sangue. Equipes da PMA foram acionadas imediatamente, sendo transportadas por helicóptero até a região.


Drones também estão sendo usados para auxiliar nas buscas e investigações, devido à vegetação fechada.

No local, os policiais encontraram partes do corpo da vítima, além de pegadas que indicam a presença de uma onça-pintada.

Vídeos gravados por moradores e compartilhados nas redes sociais mostram os rastros do felino, que ajudam a dimensionar a tragédia.

A perícia esteve no local e confirmou que os indícios apontam para um ataque ocorrido durante a madrugada de domingo (20) para segunda-feira (21). As investigações continuam.





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