O ano de 2012 vem sendo marcado por um grande esforço do governo para baixar as taxas de juros no Brasil. Além da taxa Selic, que caiu de 11% no começo do ano para os 8,5% atuais, a administração federal também atuou junto aos bancos para que eles reduzissem suas taxas. Mesmo assim, para os micro e pequenos empresários a situação na prática não mudou muito.
Paulo Roberto Feldmann, presidente do Conselho da Pequena Empresa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), afirma que a redução dos juros ainda não chegou aos pequenos empresários. "A queda de que se fala é só para a grande empresa", argumenta. Segundo ele, a entidade continua recomendando que os pequenos "fujam de toda forma possível dos bancos".
Para as pequenas, segundo Paulo Roberto, são exigidas mais garantias e oferecidos juros mais altos. Ele afirma que falta no Brasil uma política que obrigue bancos a emprestar a pequenas empresas, ao contrário do que ocorre em outros países.
Microempresas, no entanto, têm algumas alternativas. A resolução n° 4.000 do Banco Central possibilita que até 2% dos depósitos bancários retidos pela instituição sejam retirados pelos bancos contanto que sejam disponibilizados para o microcrédito. O Banco do Brasil, por exemplo, oferece crédito de 0,64% ao mês a empresas que faturam até R$ 120 mil ao ano.
Spread bancário
Segundo dados do Banco Central, houve queda no valor médio de uma série de operações de crédito oferecidas a pessoas jurídicas. Em janeiro, o custo médio do capital de giro ficava em torno de 25,97% ao ano. Em maio, chegou a 20,47%. Os juros para aquisição de bens baixaram de 14,71% para 12,51% no mesmo período. Já os descontos sobre promissórias foram de 55,77% para 51,93%.
O que faz com que os juros aplicados pelos bancos sejam muito maiores do que os 8,5% da Selic é o chamado spread bancário. No cálculo do spread entram variantes como inadimplência, insegurança jurídica, custos administrativos do banco, impostos embutidos nas operações e o lucro das instituições.
Claudio Gonçalves, professor do MBA de gestão de risco da Trevisan Escola de Negócios, afirma que, com a queda dos juros, houve também um aumento da tomada de empréstimos por maus pagadores e um aumento da inadimplência. Para ele, esse é um dos fatores que deve conter a ampliação da concessão de crédito no futuro próximo.
Para ele, a menos que o Brasil faça reformas estruturais profundas, a tendência é de que a taxa Selic volte a subir e o empréstimo continue inacessível aos pequenos empreendedores. "Por enquanto, o banqueiro é agiota; só empresta para quem de fato quer e com o menor risco possível. Banco, no Brasil, não é parceiro do empreendedor", opina.
Comparar taxas entre bancos
O assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze afirma que, além da ação do governo, os tomadores de empréstimos também têm que exercer pressão sobre os bancos para tirar proveito das quedas recentes e pressionar por outras. Para ele, ainda há espaço para a redução do spread bancário.
"A taxa de risco, por exemplo, está sendo cobrada muitas vezes num preço acima do mercado. A barganha e a pesquisa são sempre importantes nesse momento", sugere. "Há uma diferença de taxa grande entre os bancos."
Guilherme também recomenda que sempre se procure alternativas, como linhas de fomento governamentais. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece a microempresários o Cartão BNDES, por exemplo. O produto serve para financiar a compra de equipamentos com juros fixos que chegam atualmente a 0,97% ao mês, com a vantagem de o crédito ser pré-aprovado.
Paulo Roberto Feldmann, presidente do Conselho da Pequena Empresa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), afirma que a redução dos juros ainda não chegou aos pequenos empresários. "A queda de que se fala é só para a grande empresa", argumenta. Segundo ele, a entidade continua recomendando que os pequenos "fujam de toda forma possível dos bancos".
Para as pequenas, segundo Paulo Roberto, são exigidas mais garantias e oferecidos juros mais altos. Ele afirma que falta no Brasil uma política que obrigue bancos a emprestar a pequenas empresas, ao contrário do que ocorre em outros países.
Microempresas, no entanto, têm algumas alternativas. A resolução n° 4.000 do Banco Central possibilita que até 2% dos depósitos bancários retidos pela instituição sejam retirados pelos bancos contanto que sejam disponibilizados para o microcrédito. O Banco do Brasil, por exemplo, oferece crédito de 0,64% ao mês a empresas que faturam até R$ 120 mil ao ano.
Spread bancário
Segundo dados do Banco Central, houve queda no valor médio de uma série de operações de crédito oferecidas a pessoas jurídicas. Em janeiro, o custo médio do capital de giro ficava em torno de 25,97% ao ano. Em maio, chegou a 20,47%. Os juros para aquisição de bens baixaram de 14,71% para 12,51% no mesmo período. Já os descontos sobre promissórias foram de 55,77% para 51,93%.
O que faz com que os juros aplicados pelos bancos sejam muito maiores do que os 8,5% da Selic é o chamado spread bancário. No cálculo do spread entram variantes como inadimplência, insegurança jurídica, custos administrativos do banco, impostos embutidos nas operações e o lucro das instituições.
Claudio Gonçalves, professor do MBA de gestão de risco da Trevisan Escola de Negócios, afirma que, com a queda dos juros, houve também um aumento da tomada de empréstimos por maus pagadores e um aumento da inadimplência. Para ele, esse é um dos fatores que deve conter a ampliação da concessão de crédito no futuro próximo.
Para ele, a menos que o Brasil faça reformas estruturais profundas, a tendência é de que a taxa Selic volte a subir e o empréstimo continue inacessível aos pequenos empreendedores. "Por enquanto, o banqueiro é agiota; só empresta para quem de fato quer e com o menor risco possível. Banco, no Brasil, não é parceiro do empreendedor", opina.
Comparar taxas entre bancos
O assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze afirma que, além da ação do governo, os tomadores de empréstimos também têm que exercer pressão sobre os bancos para tirar proveito das quedas recentes e pressionar por outras. Para ele, ainda há espaço para a redução do spread bancário.
"A taxa de risco, por exemplo, está sendo cobrada muitas vezes num preço acima do mercado. A barganha e a pesquisa são sempre importantes nesse momento", sugere. "Há uma diferença de taxa grande entre os bancos."
Guilherme também recomenda que sempre se procure alternativas, como linhas de fomento governamentais. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece a microempresários o Cartão BNDES, por exemplo. O produto serve para financiar a compra de equipamentos com juros fixos que chegam atualmente a 0,97% ao mês, com a vantagem de o crédito ser pré-aprovado.
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