Bancada rural brasileira manifesta apoio ao novo governo paraguaio
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Homero Pereira (PSD-MT), manifestou apoio ao novo governo paraguaio de Federico Franco. Pereira e membros da bancada receberam, nesta terça-feira (26/06), congressistas deste país acompanhado de um empresário e produtor rural brasiguaio (brasileiro que vive no país há mais de 20 anos), que tentam influenciar o Congresso Nacional para evitar uma sanções do Brasil ao Paraguai no Mercosul, formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
A próxima reunião do bloco econômico ocorre sexta-feira (29.06), da qual representantes paraguaios foram impedidos a participar. Essa decisão, conforme o senador Miguel Abdón Saguier, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), foi articulada pelo governo argentino e subscrita pelo Brasil.
Durante reunião com a bancada, os parlamentares paraguaios reiteraram que processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo não foi golpe de Estado, mas um processo democrático, manifestado pela vontade de 73 dos 80 deputados e 39 dos 45 senadores.
“Não temos prisioneiros políticos, não temos censura à imprensa. E nossa Justiça já reconheceu a validade do ato Legislativo. Só queremos ter nossa soberania e autonomia respeitada pelo Brasil”, pediu o senador.
O presidente da FPA, Homero afirma ser justa e legítima a reivindicação dos parlamentares paraguaios. “Não houve atentado à democracia, não há razão pela qual o governo brasileiro seja contrário ao novo governo. Por tanto, somos solidários à reivindicação para que o Brasil reconheça, o mais rápido possível, o novo governo paraguaio”, frisou.
O produtor Brasiguaio José Marcos Sarabia, afirmou que o Brasil é superavitário na Balança Comercial com Paraguai. As exportações somam-se US$ 2,5 bilhões e as importações, US$ 500 milhões.
Segundo ele, produtores e empresários de origem brasileira temem uma retaliação brasileira e suas consequências comerciais. “O Brasil exerce um papel de liderança na região Sul americana, sua decisão irá influenciar os demais países governados por partidos de esquerda. Por isso, é tão importante que esse país irmão reconheça nosso novo presidente” afirmou Sarabia.
Segundo Sarabia, a agropecuária é forte na economia local, são cinco mil hectares cultivados com soja, milho, trigo e girassol, dos quais 75% pertencem a brasileiros. “São 350 mil brasiguaios apreensivos com a posição do Brasil porque serão prejudicados em caso de sanção ao Paraguai”, disse.
Também participaram da reunião o presidente da União de Grêmios de La Producción, Ramon Sanchez, Presidente da Associação Rual Del Paraguaya, o deputado Luis Gneiting do Partido Colorado, o senador Miguel Carrizosa do Partido Patria Querida, e o reverendo Lider Gimenez.
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