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Politica Brasil
Segunda - 25 de Junho de 2012 às 17:42
Por: Elaine Lina

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CPI do Cachoeira, Demóstenes, Kakay, Conversam. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil


CPI do Cachoeira, Demóstenes, Kakay, Conversam. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

 



O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), líder dos tucanos no Senado e membro do Conselho de Ética, aposta que a decisão pela cassação do mandato do senador Demóstenes Torres será unânime. O Conselho tem sessão marcada para o final desta tarde de segunda-feira para dar desfecho ao julgamento político do senador goiano. Uma representação do Psol pede a perda do mandato do senador por quebra de decoro parlamentar.

"Há consenso em relação à decisão do Conselho. O voto é aberto e deverá haver unanimidade. O senador lamentavelmente portou-se como um serviçal do crime organizado usando o seu mandato de senador", adiantou. Demóstenes é suspeito de ter mantido sociedade em negócios ilegais comandados pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, que está preso.

Por tratar-se de julgamento meramente político, Dias descarta que os questionamentos acerca da legalidade das escutas telefônicas da Operação Monte Claro, que prendeu o bicheiro Cachoeira e deu publicidade às ligações de Demóstenes com o esquema criminoso, possam influenciar na decisão dos membros do Conselho a ponto de votarem contra a perda do mandato do senador goiano.

"É um julgamento político e pode prescindir de provas materiais documentais, o que vale é a constatação da postura do parlamentar", disse.

Caso o Conselho decida pela cassação do senador goiano, o processo seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça para verificação de constitucionalidade. Depois, para finalizar o processo de perda de mandato, o Plenário realiza votação, que deverá ser em sessão aberta, porém com voto secreto.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.





Fonte: TERRA

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