Sem a possibilidade de contar com o PMDB em sua coligação, uma vez que os dissidentes do partido desistiram de apresentar a tese de aliança na convenção do próximo sábado e lançaram pré-candidatura própria, o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB) mira, agora, o PPS para compor aliança, e sonha em ter o deputado federal Rubens Bueno como seu vice nas eleições de outubro. O desafio do prefeito é convencer a legenda, que está na administração municipal, a abrir mão da pré-candidatura da vereadora Renata Bueno, filha de Rubens.
Nesta quinta-feira, Ducci foi ao diretório do PPS sondar essa possibilidade com Rubens Bueno. "Nos encontramos, eu e o deputado Rubens Bueno. Estamos conversando sobre a possibilidade de o PPS fazer parte da nossa coligação", disse Ducci após solenidade de criação de um novo parque na cidade, mas desconversou sobre o nome do candidato a vice. "Isso não chegou a ser discutido ainda. O mais importante agora é discutir a participação do PPS na nossa aliança", afirmou.
Rubens Bueno minimizou o encontro. "Encontrei o prefeito hoje, rapidamente, após o almoço, conversamos como sempre fazemos quando nos encontramos, mas não tenho nada a acrescentar", disse. "Converso com o prefeito porque o partido faz parte desta administração municipal por conta da aliança que firmamos em 2008. Mas essa aliança, se não ocorrer nenhum fato novo, tem prazo para terminar. Temos candidatura própria e convenção marcada para o dia 30", acrescentou.
A pré-candidata Renata Bueno se mostrou atenta à movimentação. "Nossa convenção é dia 30 e é natural, que, até lá, ocorram muitas conversas e muita pressão, como sempre ocorre na política tradicional. Eu particularmente não gosto dessas articulações e, pessoalmente, mantenho minha pré-candidatura até o fim. Mas, o que prevalece é a vontade do partido", disse.
Para convencer o PPS, a equipe de Ducci estuda aceitar Renata como vice. Porém, as posições que a vereadora assumiu na Câmara Municipal - sendo uma das primeiras a defender o afastamento do ex-presidente João Cláudio Derosso e criticando a influência da prefeitura no Legislativo - podem dificultar a composição. "É complicado. E isso já deixei claro no partido. Para que esse quadro se altere, é preciso uma mudança de postura do prefeito em relação à Câmara. Pois sabemos que tudo o que aconteceu foi comandado pela prefeitura", disse.
A vereadora disse estar pronta para resistir, mas sabe que a pressão será forte, "principalmente do governo do Estado (principal aliado de Ducci), pois temos ótimos candidatos no interior, com boas chances de vitória, mas que contam com o apoio do governo do Estado", afirmou.
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