O juiz Alderico Rocha Santos, novo responsável pelo processo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira, afirmou nesta quarta-feira que vai acelerar a tramitação da ação e que deve finalizar a primeira parte do caso até julho.
De acordo com nota divulgada pelo magistrado, como ele ainda não deixou o posto na 5ª Vara Federal Criminal em Goiás, há outros compromissos agendados no segundo semestre, além de férias.
"Este juiz, salvo no mês de julho, não poderá instruir o feito nos meses subsequentes em razão do preenchimento da pauta de audiências nos processos de seus ofícios e de férias regulamentares", justificou Rocha Santos.
O juiz assume o caso com 53 volumes para ler. Nessa fase de instrução, Rocha Santos terá de avaliar as provas colhidas pela Polícia Federal e ouvir os depoimentos de testemunhas e réus. A partir de agosto, segundo a nota do magistrado, os advogados farão as alegações finais e o juiz fará seu voto.
"Serão asseguradas todas as garantias constitucionais e legais dos acusados, já que haverá tempo suficiente para o estudo do processo", detalhou Rocha Santos.
No final do mês passado, o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), cancelou as audiências nas quais Cachoeira e os outros réus seriam ouvidos pelo então juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que pediu afastamento do caso.
Alderico Rocha Santos assumiu o processo após o juiz Leão Aparecido Alves, titular da 11ª Vara, onde corre o processo, ter se declarado suspeito de assumir o caso. Leão é amigo de um dos investigados, o empresário José Olímpio de Queiroga Neto, suspeito de ser o responsável pelo gerenciamento das casas de jogos de Carlinhos Cachoeira no entorno do Distrito Federal.
O troca-troca na Justiça se deve às ameaças recebidas pelo juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo e que determinou a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira no fim de fevereiro. Lima se afastou do caso mesmo após ter pedido reforço em sua segurança pessoal.
Em ofício encaminhado ao corregedor Geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Carlos Olavo, o juiz Moreira Lima relata que segue esquema rígido de segurança por recomendação da Polícia Federal, mas revela que sua família foi abordada por policiais e diz que foi alertado da possibilidade de sofrer represálias nos próximos meses.
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