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Politica Brasil
Domingo - 17 de Junho de 2012 às 09:51

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A Polícia Federal está investigando a possibilidade de o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ter um Sistema Guardião - um aparelho de escuta telefônica capaz de fazer cruzamento das ligações, destinados especialmente a órgãos de inteligência das polícias. Durante a última semana, nos depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista do Cachoeira, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) defendeu a investigação do uso do aparelho por particulares. As informações são do jornal O Globo.

O Guardião é fabricado pela empresa Dígitro Tecnologia, responsável por praticamente todos os aparelhos de escuta telefônica no País. A empresa também é alvo de investigação do Ministério Público Federal de Santa Catarina, desde novembro de 2010, acusada de procedimento licitatório fraudulento, sonegação fiscal, uso irregular de verbas federais, corrupção e manipulação do sistema de informação. Desde o ano de 2003, o Guardião virou o principal aparelho de interceptação telefônica, substituindo as antigas malas de grampo. Segundo a própria empresa, o sistema computadorizado é capaz de gravar, simultaneamente, centenas de ligações.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. 






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