PR: PT escolhe Mirian Gonçalves para vice de Gustavo Fruet

O Partido dos Trabalhadores escolheu a advogada trabalhista Mirian Gonçalves, coordenadora do programa de governo do PT, para formar como candidata a vice-prefeita a chapa ao lado de Gustavo Fruet (PDT) para a eleição de outubro em Curitiba. A decisão ocorreu no início da noite deste sábado, no encontro municipal do partido, após disputa no voto contra a presidente do PT da cidade, Roseli Isidoro. A coordenadora do programa de governo do PT obteve 113 votos, contra 100 votos da adversária e sete votos nulos.

A intenção do partido era chegar ao encontro deste sábado com um nome de consenso. Uma série de reuniões e negociações ocorreu durante a semana que antecedeu a decisão. No comando das articulações estava o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Inicialmente, o deputado federal Ângelo Vanhoni era o nome de consenso da corrente majoritária do partido, a Construindo Um Novo Brasil (CNB).

Vanhoni recusou o convite e causou uma divisão na corrente em torno dos nomes de Roseli e do vereador Pedro Paulo. O impasse abriu uma brecha para uma terceira pré-candidatura e o nome de Mirian Gonçalves foi lançado, inclusive com o apoio das correntes minoritárias do partido, até as da que defenderam candidatura própria para as eleições de outubro. Durante o encontro, Pedro Paulo abriu mão da disputa, que ficou apenas entre Roseli e Mirian.

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, declarou voto em Roseli, mas a divisão do grupo favoreceu Mirian. "Se fosse uma escolha pessoal, não estaria aqui defendendo nenhuma candidatura, pois ambas são minhas amigas e tenho uma caminhada histórica com as duas. Mas não é uma decisão pessoal, é uma decisão política", disse. "Agora é hora da Roseli, que esteve nesse processo conduzindo com clareza e responsabilidade política muito grande nossa participação nessa aliança", concluiu. Mirian foi coordenadora do programa de governo de Gleisi, quando candidata à prefeitura de Curitiba em 2008.

Gleisi saiu do encontro antes do final, mas Paulo Bernardo comentou o resultado. "Tínhamos quatro candidatos, os quatro muito bons. Tivemos uma dificuldade em fazer consenso, não conseguimos e fomos para o voto. O PT é assim, e o que é decidido no voto, o partido acata. Não podemos ter outra atitude a não ser respeitar o resultado e declarar que temos uma candidata a vice, que é a Mirian", disse. " É igual futebol, não adianta inventar desculpa para a derrota, culpar o gol tomado nos últimos minutos. Tivemos uma demonstração da nossa democracia interna. A outra decisão de fazer ou não a coligação foi bem mais difícil", concluiu.

A candidatura alternativa de Mirian foi proposta pela militância do partido e a advogada até resistiu num primeiro momento, mas acabou convencida, principalmente após a declaração de apoio das correntes minoritárias do partido. "Eu achava que depois daquele encontro em que decidimos pela coligação, mas com uma chapa votando pela candidatura própria, houve uma divisão do partido. E fui convencida que minha candidatura veio para unir o partido. E, assim, ela foi colocada e ganhou corpo".

Coordenadora do programa de governo de Fruet indicada pelo PT, Mirian disse que seguirá na função, pelo menos, até julho, "até porque os grupos de trabalho estão encerrando suas propostas agora. Quando o TRE nos liberar para a campanha, aí poderei sair", disse.