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Politica Brasil
Quarta - 30 de Maio de 2012 às 23:49
Por: Nathália Duarte

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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu, na tarde desta quarta-feira (30), afastar o desembargador Alceu Penteado Navarro, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa do TJ-SP, o desembargador é um dos suspeitos de envolvimento no recebimento antecipado de vencimentos. O advogado de Navarro afirma que irá recorrer da decisão. Além dele, outros quatro desembargadores eram suspeitos de receber recursos irregulares.

"A manutenção dele como presidente do Tribunal Regional Eleitoral traria uma dificuldade muito grande para o Estado de São Paulo, para o Judiciário e eu achei que a única forma de afastá-lo lá da presidência do TRE seria afastando aqui do jurisdição do estado", disse o presidente do TJ, Ivan Sartori. O advogado de Navarro disse que vai recorrer contra a decisão.

A decisão de afastar Navarro, segundo o TJ-SP, foi tomada por 13 votos a favor e 12 votos contra. Ainda nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça decidiu preservar os desembargadores Fabio Monteiro Gouvea e Tarcisio Vianna Cotrim no cargo. Eles faziam parte da Comissão de Orçamentos do Tribunal.

O Tribunal decidiu que irá instaurar um procedimento administrativo para apurar as denúncias contra os cinco desembargadores. Além de Alceu Penteado Navarro, Fabio Monteiro Gouvea e Tarcisio Vianna Cotrim, serão investigados os desembargadores Roberto Bellocchi, aposentado, e Vianna Santos, já falecido.

O Órgão Especial do TJ-SP já havia determinado, em abril, a suspensão do pagamento de vencimentos extraordinários aos quatro desembargadores. O grupo de desembargadores teria recebido valores que chegam a R$ 1 milhão. Além dos quatro desembargadores, a medida afetaria a viúva de um ex-presidente do Tribunal.

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do Tribunal Regional Eleitoral afirmou que não irá se manifestar neste momento e aguarda orientações do Tribunal de Justiça.

Investigações
No fim de 2011, pagamentos irregulares de férias e licenças-prêmios estiveram sob análise de associações de juízes e da corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon.

A investigação, realizada pelo CNJ, foi bloqueada por decisão provisória do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, um levantamento do Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda), feito a pedido do CNJ, identificou movimentações financeiras "atípicas" de R$ 855,7 milhões de 3.426 juízes e servidores do Poder Judiciário entre 2000 e 2010.

Os tribunais do São Paulo concentram a maior fatia das movimentações apontadas como "atípicas" pelo Coaf (R$ 169,7 milhões).





Fonte: Do G1 SP

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