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Politica Brasil
Quarta - 30 de Maio de 2012 às 13:49
Por: Elaine Lina

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Preso apontado como contador da organização criminosa de Carlinhos Cachoeira, Lenine Araújo de Sousa concordou em ajudar nas investigações da CPI mista. Mesmo com habeas corpus garantindo o direito de não responder às perguntas na comissão nesta quarta-feira, Lenine falou: disse ser inocente e garantiu que após depor à Justiça federal - que deverá acontecer nesta sexta-feira - responderá a todas as perguntas.

"Me sinto injustiçado, (...) não sou sócio de nenhuma empresa que está ligada a esses nomes", disse. Outros cinco depoentes que a CPI esperava interrogar hoje foram dispensados após afirmarem que não falariam nada, usando o direito constitucional de não produzirem provas contra si.

Lenine foi o único investigado a quebrar o silêncio até o momento. Em breve relato sobre sua prisão, ele disse estar se sentido humilhado e injustiçado e que as suspeitas ligando seu nome ao de Cachoeira tem lhe causado problemas psicológicos e afetado sua família. "Não me considero braço direito do senhor Carlos como me denunciaram. Sinto-me injustiçado quanto a isso, afirmou.

O mais aguardado depoimentos previsto para esta manhã, porém, era o do ex-diretor da Delta Cláudio Abreu, mas que não se concretizou. Ele evocou o direito constitucional de permanecer calado e foi dispensado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Também foi adiado o depoimento de Rodrigo Moral Dall Agnol, contador da empresa Delta. Ele foi convocado na condição de testemunha. Antes de Lenine, o primeiro depoente do dia, Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como "laranja" de empreendimentos de Carlinhos Cachoeira foi outro a ficar calado.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Com informações da Agência Senado





Fonte: Terra

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