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Politica Brasil
Terça - 22 de Maio de 2012 às 13:02

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Por volta das 13h30 desta terça-feira, o contraventor Carlinhos Cachoeira chegou escoltado ao Congresso Nacional, onde prestará depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que apura o envolvimento do bicheiro com agentes públicos e privados. A sessão está marcada para as 14h. Ele havia deixado o complexo penitenciário da Papuda pouco antes de 12h30. As informações são da Agência Senado.
 

Dois carros do departamento penitenciário e um da Polícia Federal escoltavam a viatura onde estava Cachoeira, pelo trajeto de cerca de 25 km. Enquanto isso, agentes da Polícia Legislativa faziam varredura da sala 2 da Ala Nilo Coelho do Senado, onde será feito o interrogatório. Na sala da CPI, só poderão ficar cerca de 50 pessoas, incluindo jornalistas, assessores e parlamentares.

Na segunda-feira, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou novo pedido para adiar o depoimento do contraventor na CPI. A defesa do bicheiro afirma que não teve tempo para analisar os documentos que estão em poder da comissão. Os advogados afirmaram que Cachoeira deve ficar em silêncio na audiência.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.





Fonte: Terra

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