"Estou pronta para votar o mensalão", diz Cármen Lúcia
A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia disse nesta sexta-feira (18) que está preparada para votar o processo que julgará o mensalão.
"Eu tenho estudado o processo há algum tempo e, da minha parte, estarei habilitada a votar na hora em que ele for colocado em pauta", afirmou a ministra.
A ação penal do caso, maior escândalo político do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e da história do PT, já foi relatada pelo ministro Joaquim Barbosa. O julgamento, agora, só depende da liberação do processo pelo ministro Ricardo Lewandowski, que revisa o relatório de Barbosa.
Lewandowski já afirmara à Folha nesta sexta-feira (18) que está trabalhando "intensamente" para liberar a ação "o mais breve possível".
Para Cármen Lúcia, que está em Curitiba para participar do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, o trâmite do processo não está demorando mais do que deveria.
"Os processos têm um período de amadurecimento. Você tem que fazer prova, tem que garantir a defesa, tem alegações finais. E este é um processo longo, com mais de 600 testemunhas. É um empenho muito grande", disse.
Lúcia ainda afirmou que, se o processo estivesse em primeira instância --como pediu o advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende um dos 38 réus da ação--, não haveria nem condições de que ele fosse julgado, devido à "complexidade da ação".
"Se estivesse numa primeira instância, o juiz talvez nem tivesse todo o aparato necessário para chegar a esse julgamento."
O pedido de Thomaz Bastos foi negado pelo ministro Joaquim Barbosa no início do mês.
O STF corre contra o tempo: de acordo com o ministro Carlos Ayres Britto, se o julgamento do mensalão não for concluído até 30 de junho, ficará para o ano que vem.
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