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Politica Brasil
Sábado - 12 de Maio de 2012 às 20:00
Por: Mirelle Irene

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Rodrigo Cabral/Divulgação
O governador Marconi Perillo em solenidade administrativa em Catalão
O governador Marconi Perillo em solenidade administrativa em Catalão

Ao cumprir agenda e participar de solenidade administrativa no município de Catalão (no sul do Estado, a 249 Km de Goiânia) neste sábado, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), declarou mais uma vez que tem intenção de colaborar com a CPMI do Congresso que investiga a ligação de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos. Perillo reforçou sua tranquilidade em relação às citações de seu nome nas gravações feitas pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e afirmou estar preparado para responder perguntas sobre o caso.

O governador antecipou que, caso convidado pela CPMI, vai propor durante seu depoimento que seja criada outra CPI específica, para investigar a relação das empreiteiras com administradores públicos. "Vou propor uma ampla investigação da influência das empreiteiras com governadores, prefeitos e gestores de obras públicas, de todas as esferas, com a quebra de sigilo bancário de todos. Espero que minha sugestão seja acatada", disse, em discurso.

Perillo sugeriu que todas as denúncias devem ser apuradas. "Só assim teremos um quadro real de quem é quem para que pessoas inocentes não continuem a ser atacadas em cima de ilações. Tem muita gente que só tem calo na língua, mas nenhum nas mãos", disse.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.





Fonte: Terra

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