O advogado de Cachoeira considerou a decisão "descabida" (leia mais abaixo). O G1 não conseguiu ouvir a Delta até a última atualização desta reportagem.
A Operação Saint-Michel foi deflagrada em 25 de abril pelo Ministério Público e pela Polícia Civil do Distrito Federal. Ela é um desdobramento da Operação Monte Carlo, na qual Cachoeira foi preso e acusado de exploração de jogo ilegal. Na investigação local, o grupo ligado a Cachoeira é acusado de tentar fraudar a licitação da bilhetagem eletrônica no transporte público do Distrito Federal. Na operação do dia 25 de abril, o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu foi preso. Ele estava afastado do cargo após revelação de ligação com Cachoeira.
A quebra de sigilo determinada pela Justiça do Distrito Federal abrange dados das contas correntes e declarações de Imposto de Renda dos investigados a partir de janeiro de 2009 até os dias atuais. No caso da Delta, a determinação de quebra de sigilo abrange contas da empresa em todo o país.
Decisão "descabida", diz advogado
O advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, considerou a de decisão da Justiça como "descabida".
"É uma decisão absolutamente descabida e ilegal. Eu tenho até dúvidas com relação à competência judicial [...] Não achei justa a decisão", afirmou o advogado ao G1.
Segundo Bastos, na segunda-feira (14), ele irá estudar com mais detalhes da decisão. O advogado afirmou que aguarda ainda para terça-feira o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a respeito do pedido de revogação da prisão preventiva de Cachoeira.
Depoimento
Carlinhos Cachoeira é esperado na terça-feira (15) para prestar depoimento à CPI criada no Congresso para investigar as relações do bicheiro com empresários e políticos. Na sexta-feira, o advogado do bicheiro, Márcio Thomaz Bastos, entrou com um pedido no Supremo para adiar o depoimento. A decisão está nas mãos do ministro Celso de Mello.
A defesa argumenta que Cachoeira não pode depor antes de ter acesso aos documentos em poder da CPI. "Ele tem o direito de não falar, para não produzir provas contra si", disse o advogado ao G1.
O advogado afirmou que, na próxima seguna (14), se reunirá com Cachoeira na Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde ele está preso, para avaliar a melhor estratégia a ser adotada durante o depoimento. Cachoeira foi preso na Operação Monte Carlo da Polícia Federal, em fevereiro, sob suspeita de chefiar esquema de jogos ilegais. Márcio Thomaz Bastos argumenta que não teve acesso ao inteiro teor do inquérito. "Eu não tive acesso ao inquérito. Então, vou conversar com ele para ver o que ele pode ou não pode dizer, se é melhor ficar calado", afirmou.
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