Cachoeira depõe em processo contra Demóstenes no dia 23
O Conselho de Ética do Senado aprovou nesta quinta-feira (10) o cronograma de depoimentos no processo que investiga a quebra de decoro parlamentar do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, vai prestar depoimento ao conselho no dia 23 de maio. Demóstenes será o último a ser ouvido, no dia 28 deste mês.
Cachoeira foi arrolado no processo como testemunha de defesa de Demóstenes. Segundo o relator, senador Humberto Costa (PT-PE), o empresário do ramo de jogos ilegais é obrigado a comparecer ao Conselho de Ética, mas pode recorrer ao direito de ficar calado para não produzir provas conta si próprio.
Demóstenes será o último a ser ouvido porque, de acordo com Costa, já houve anulação de um processo no Conselho de Ética da Câmara por ouvir primeiramente os depoimentos da defesa, e não os solicitados pelo relator.
No dia 22 de maio, será ouvido o advogado Ruy Cruvinel, citado em um dos grampos da Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Ele é a segunda testemunha de defesa do senador.
Os primeiros depoimentos do conselho solicitados pelo relator começam na semana que vem --com os dois delegados e dois procuradores responsáveis pelas investigações das Operações Vegas e Monte Carlo, da PF. Os quatro estão sendo ouvidos esta semana pela CPI e, a exemplo da comissão de inquérito, vão falar sigilosamente ao Conselho de Ética.
"Falar sigilosamente é uma demanda deles próprios. Ele têm a preocupação de serem processados por violação de sigilo funcional", afirmou.
PROVAS
No total, o Conselho de Ética aprovou hoje 13 requerimentos com pedidos de documentos e os depoimentos solicitados pelo relator. Costa solicitou uma série de informações a órgãos públicos e empresas de telefonia para tentar reunir provas conta Demóstenes.
Costa quer ter acesso, por exemplo, ao número do aparelho Nextel cedido por Cachoeira a Demóstenes, assim como as ligações efetuadas do aparelho que flagram conversas entre os dois, as transcrições das conversas e os responsáveis pelo pagamento da linha.
O relator também pede ao Senado registros de entrada e saída na Casa de Cachoeira e pessoas ligadas ao empresário, citadas no inquérito da Polícia Federal. Outro pedido é o registro de voos realizados por Demóstenes, com o nome de seus acompanhantes, pelas empresas de taxi-aéreo Voar e Sete, de Goiás.
"Todos sabem que o senador disse em seu discurso no plenário do Senado que ele defendeu que sua relação com o Cachoeira era de amizade. Essas informações podem caracterizar que a relação não se restringe à amizade", disse o relator.
Costa quer encerrar o processo no Conselho de Ética até junho, para que até o final do primeiro semestre o plenário da Casa analise a penalidade que será determinada pelo colegiado.
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