Vereador que estaria com assessora nua em gabinete causa polêmica

A Polícia Civil de Ituberá, no sul da Bahia, investiga um caso curioso na cidade. O presidente da Câmara de Vereadores, Jerônimo dos Santos (PP), teria sido flagrado pela própria mulher com uma assessora nua dentro do próprio gabinete no último sábado. A mulher do político registrou um boletim de ocorrência e, esta semana, será ouvida pelo delegado do município. A polícia, entretanto, não explicou o que estaria, de fato, investigando, já que adultério não é mais considerado crime.

Em depoimento, a mulher do político, identificada como Jocilene, afirmou que estava em casa e estranhava a demora do marido, conhecido como Jerônimo do INSS. Ela decidiu ir até a Câmara e, ao chegar ao edifício, ligou para o telefone do vereador e pediu que ele aparecesse. Quando o homem foi abrir a porta da Casa Legislativa, a mulher invadiu o gabinete e surpreendeu a servidora, de nome Jeane, nua, segundo registro da ocorrência. Alterada, Jocielene teria saído gritando na rua e chamado a polícia, que a levou para a delegacia para explicar a confusão dentro da Câmara.

O Terra entrou em contato com os policiais, que não esclareceram que crime estão investigando. Até 28 de março de 2005, a traição era tipificada como crime no artigo 240 do Código Penal e poderia render entre 15 dias e seis meses de prisão. A norma foi revogada por não haver dano social na prática, segundo entendimento de juristas. Hoje, o artigo é usado unicamente para facilitar o processo de separação de um casal.

Na cidade, a população está revoltada e pede que o vereador seja cassado por ter usado a sede do Poder Legislativo para fazer sexo. Policiais civis de Ituberá disseram ao Terra que a cidade não tem plantão de delegados durante os fins de semana e que, por conta disto, não foi feito nenhum flagrante do prefeito em ato obsceno dentro do gabinete.

A mulher do político prestou queixa, foi ouvida pelos plantonistas e repetiu a mesma versão. Logo após, foi liberada. Segundo ela, o marido, que está no terceiro mandato na Câmara, tinha uma relação extraconjugal com a assessora desde antes de ser eleito.

Informalmente, o vereador disse aos policiais que a assessora estava em sua companhia no local, mas que apenas digitava um documento a seu pedido no momento que sua mulher apareceu.

O prefeito da cidade, André Lisboa (DEM), reuniu-se com o vereador e outras lideranças locais e apresentou a mesma versão para o fato. Segundo ele, no momento em que a mulher do parlamentar chegou à Câmara, o prefeito fazia um trabalho em grupo com três outros homens e a assessora estava, de fato, no local, mas apenas adiantando a redação de um processo de licitação municipal.

Jerônimo continua a presidir as sessões da Casa normalmente, mas na Câmara nenhuma ligação de telefone é atendida desde que a confusão teve início. O Terra tentou contato com o parlamentar, mas não obteve sucesso.

O presidente do partido na Bahia, Mário Negromonte, classificou a situação como "lamentável", mas disse que uma possível atitude de punição ao presidente da Câmara deverá ser decidida pelo diretório municipal.