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Saúde
Quinta - 03 de Maio de 2012 às 07:04
Por: ALECY ALVES e JOANICE DE DEUS

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Os usuários dos serviços de saúde estão sendo os mais prejudicados pela mudança de horário no funcionamento dos órgãos da administração pública estadual. Ontem, no primeiro dia do novo expediente (das 13h às 19h), foi tumultuado o atendimento no Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidades (Cermac), que fica na Rua Thogo Pereira, centro de Cuiabá.

Nessa unidade funcionam o laboratório central de análises clínicas do estado, o Hemocentro, o setor de RX, a Farmácia de Alto Custo, o ambulatório de biópsia de mama e outros serviços essenciais do Sistema Único de Saúde (SUS).

A mudança de horário do Cermac pegou de surpresa dezenas de pacientes que vieram do interior do estado em busca de atendimento na Farmácia de Alto Custo. Maria Catarina dos Anjos veio de um sítio perto de Chapada dos Guimarães para retirar medicamentos para seu pai, Benedito dos Anjos.

Como fazia habitualmente, chegou à Farmácia pouco antes das 7 horas, mas teve de esperar até as 13h. A diarista Cleonice Tocantins Correia, 51 anos, o carpinteiro Manoel Balbino de Campos, de 56, e a auxiliar Maria José Mendes dos Santos, 36 anos, moradores de bairros distintos de Várzea Grande, estiveram na farmácia pela manhã. Como moram mais perto que Maria dos Anjos, os três decidiram retornar para suas casas.

Maria José Mendes, que, assim como os demais pacientes, não passou do portão de entrada, onde foi informada de que o atendimento só começaria a partir das 13 horas. Ela reclamou que esteve no Cermac na semana passada para retirar um formulário solicitado pelo médico e, além de não conseguir o documento, não foi informada sobre a mudança de horário.

Maria José contou que sua mãe sofre de asma e precisa fazer uso de uma medicação que custa em torno de R$ 150,00. “A gente se sente um lixo. Não passamos disso”, respondeu, ao ser indagada de como se sentia com o fato de não conseguir o atendimento.

Manoel de Campos também estava inconformado. “A saúde deveria ser prioridade. A gente deveria ser bem atendido, mas não é”, comentou. “Se já não estava bom antes, agora é que deve piorar”, acrescentou.

À tarde, centenas de pessoas, inclusive idosos, gestantes e pessoas com deficiências de acotovelavam em uma pequena sala. Para se ter uma idéia da situação, houve momentos em que havia mais de 40 pacientes na fila de retirada da senha.

Gonçalina Campos, por exemplo, chegou à farmácia logo depois das 13h e pegou a senha de número 275. Até às 15h ela permanecia lá, aguardando ser chamada.

Nilza das Dores Eduarda Bispo, com a senha 625, permanecia na farmácia até as 17hs sem saber quando seria atendida, já que o número de atendidos não havia passado de 300. Como trabalha à noite, teria que chegar no serviço as 18h, Nilza já estava pensando em avisar ao patrão que chegaria atrasada.

Gonçalina, Nilza e demais pacientes estão convictos de que os serviços de saúde não podem ter tratamento comum e funcionar em um único período do dia, como os demais órgãos da administração pública. Além disso, eles também reivindicam a instalação de um painel eletrônico para controlar e facilitar o atendimento. “A gente precisa ficar perto do atendente, senão não escuta ele gritando nosso número”, reclamou Gonçalina.




Fonte: DO DC

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