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Politica Brasil
Terça - 01 de Maio de 2012 às 07:11
Por: ANSELMO CARVALHO PINTO

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Marcello Casal Jr./Agência Brasil
No final de fevereiro, a Polícia Federal desmontou quadrilha chefiada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira
No final de fevereiro, a Polícia Federal desmontou quadrilha chefiada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira
Na última semana, o governador Silval Barbosa (PMDB) determinou que o Serviço de Inteligência do Estado investigue se houve qualquer tentativa de direcionamento na licitação para a contratação de uma empresa de marketing que faria a propaganda da Copa do Mundo de 2014 em Mato Grosso, no ano passado. A decisão foi anunciada após a divulgação de um diálogo entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido), em que este pede ao interlocutor que tente interferir no resultado do certame.

A investigação determinada por Silval ainda não começou. Mas grampos telefônicos analisados pelo Diário poderão ser o ponto de partida. As escutas revelam o nome daquele que seria o elo entre Cachoeira e os servidores do Estado com poder de interferir no resultado da licitação, que não chegou a ser realizada. Trata-se do executivo Cláudio Abreu, então diretor da construtora Delta para o Centro-oeste. Ele foi preso na semana passada.

O que se sabia até agora é que, em abril do ano passado, Demóstenes Torres telefonou para Cachoeira e perguntou a ele se era possível interferir no resultado da concorrência. “Eu acho que eu consigo. Tá, vou olhar agora”, respondeu Cachoeira.

Este diálogo aconteceu às 16h33 de 11 de abril. Cinco minutos depois, os dois voltaram a se falar por telefone e Demóstenes anunciou que iria passar na casa de Cachoeira para tratar do assunto.

Conforme inquérito da Polícia Federal (PF), naquela noite Cachoeira telefonou para Cláudio Abreu. Eram 21h37. “(...) governo do Mato Grosso vai contratar duas empresas para gastar vinte e seis milhões por ano de marketing, tá”, anuncia Cachoeira. Do outro lado da linha, Abreu se espanta com o amigo. “Você é ‘carudo’ para c...”, diz. E Cachoeira continua: “Vi agora com ele [Demóstenes] lá. Vão contratar duas de treze [milhões] cada uma, vinte e seis por ano, até chegar a Copa, cara. Manda fechar uma com a gente, deixar uma pra nós”, pede Cachoeira a Abreu.

Cláudio Abreu é engenheiro e até o mês passado era diretor regional da Delta Construções no Centro-oeste. Foi demitido após a deflagração da operação “Monte Carlo”, que levou Carlinhos Cachoeira à prisão e revelou as relações dele com o senador Demóstenes Torres.

A Polícia Federal acredita que, além de diretor da construtora, Abreu fosse sócio oculto de Carlinhos Cachoeira em um esquema de lavagem de dinheiro. Ele foi grampeado conversando com aliados de Cachoeira sobre remessas de dinheiro e pagamentos.





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