Haddad diz que PSDB "criminalizou" trabalhadores
O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou neste sábado que o PSDB "sempre criminalizou" os trabalhadores.
Após participar de uma plenária na zona leste organizada pelo deputado federal petista Cândido Vaccarezza, o ex-ministro da Educação foi questionado pelos jornalistas sobre o congresso sindical que o PSDB realizou na sexta-feira em São Paulo, durante o qual o PT foi acusado de ter aparelhado os movimentos de trabalhadores.
"O que era estranho era um partido que se diz social democrata não buscar se aproximar dos trabalhadores", disse Haddad. "Aliás, buscou sempre criminalizar e responsabilizar. Na área de educação isso ficou muito patente. Qualquer gesto de reividincação de direitos sempre foi criminalizado."
"Os partidos têm que buscar oxigenar suas bandeiras, sobretudo porque, em [nas eleições de] 2010, ele [PSDB] foi ao encontro dos setores mais obscurantistas da sociedade. É importante um partido que esteve muito alinhado aos setores mais atrasados, retrógrados, anacrônicos da sociedade buscar novos ambientes".
Na última eleição presidencial, a então candidata Dilma Rousseff foi alvo de ataques de grupos contrários à descriminalização do aborto.
SERRA MINISTRO DA "EDUCAÇÃO"
Haddad chegou com meia hora de atraso à plenária, que reuniu apoiadores do deputado Vaccarezza e de João Galvino, assessor do parlamentar e subprefeito de Cidade Tiradentes na gestão de Marta Suplicy (2001-2004) que se lançará candidato a vereador.
No momento em que Haddad entrou no evento, no auditório de uma universidade privada no Tatuapé, Vacarezza falava à plateia sobre a importância de torná-lo conhecido da militância. "Cada um de vocês tem uma tarefa até o programa de TV, de falar com os amigos, explicar quem é o Haddad e falar que ele será um grande prefeito", disse.
Haddad focou seu discurso, de cerca de 20 minutos, nas áreas de transporte, moradia ("dois problemas agudos", em suas palavras), educação e saúde ("dois problemas crônicos"). E se confundiu ao criticar o adversário José Serra, pré-candidato do PSDB.
"O Serra se autoproclamou o maior ministro da Educação (sic) do mundo. Oito anos depois, qual é o maior problema da cidade? Saúde pública." Serra foi ministro da Saúde.
O petista voltou a reclamar do deficit de vagas nas creches municipais e disse que há uma "blindagem anacrônica" da prefeitura contra a aplicação de projetos do governo federal em São Paulo. "Temos um programa que financia a construção e o primeiro ano de funcionamento de creches, mas infelizmente a prefeitura não se dispôs à parceria. A única coisa que cabe a ela é [indicar] o terreno", disse. "Simplesmente nunca tivemos uma solicitação de audiência da parte deles."
Jorge Araújo/Folhapress | ||
Fernando Haddad discursa durante evento do PT na zona leste de SP |
PADRE, GAVIÃO E ARCO-ÍRIS
O apresentador da plenária citou a presença de sindicalistas, militantes do movimento LGBT, religiosos e até de integrantes da torcida corintiana Gaviões da Fiel no evento.
De um sacerdote católico, que se declarou "petista antes de ser padre", Haddad ouviu a promessa de "falar amanhã no altar" sobre suas propostas.
Na saída do evento, o pré-candidato atendeu ao pedido de duas militantes para tirar uma foto ao lado delas com a bandeira do arco-íris, símbolo do movimento gay.
Comentários