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Politica Brasil
Sexta - 13 de Abril de 2012 às 16:58
Por: SABINE RIGHETTI

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O Ministério da Saúde alterou o protocolo de tratamento no SUS de AVC (Acidente Vascular Cerebral), que é hoje a principal causa de morte no país.

A decisão, publicada nesta sexta-feira (portaria número 665/2012), prevê a criação de Centros de Atendimento de Urgência para três casos: aplicação de medicação após o derrame, internação e a reabilitação dos pacientes.

De acordo com o Ministério da Saúde, os hospitais públicos precisam ser habilitados para prestar esses atendimentos. Isso significa que as instituições de saúde ainda levarão um tempo para abrir leitos e treinar seus profissionais de saúde para tratar casos de derrame com o novo protocolo.

Com a decisão, o governo coloca o alteplase na lista de medicamentos oferecidos de graça pelo SUS. Ele é o único remédio aprovado no Brasil para AVC isquêmico, que representa 85% dos casos de derrame.

Aplicado por via endovenosa, no hospital, o alteplase percorre a circulação até chegar ao vaso sanguíneo cerebral que está obstruído por um coágulo. A medicação desfaz o coágulo, desentupindo a circulação e normalizando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro.

O medicamento diminui em 31% o risco de sequelas do AVC e em até 18% a mortalidade dos pacientes.

ALTO CUSTO

O medicamento estava fora da lista dos remédios gratuitos do SUS por causa do seu alto custo: a dose única sai por cerca de R$ 3.500.

Apesar do valor, a matemática vale a pena. Um estudo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Avaliação de Tecnologias em Saúde mostrou que o governo economiza cerca de R$ 1.000 por paciente ao custear medicamento, em vez de tratar as sequelas ou gastar com previdência social.

De acordo com o Ministério da Saúde, o governo pretende investir R$ 437 milhões até 2014 para a assistência a vítimas de AVC --o que inclui os gastos com a medicação.

A cada ano, 16 milhões de pessoas no mundo têm AVC, das quais seis milhões morrem. No Brasil, foram registrados 99.159 óbitos por causa de AVC em 2010.

AÇÃO

A decisão do governo veio após uma ação civil pública conduzida pelo Ministério Público Federal para que o medicamento fosse incluída na lista dos gratuitos do SUS.

A ação foi motivada após a Folha ter publicado uma reportagem, em 2009, sobre a suspensão da proposta de distribuição gratuita do alteplase no sistema público.






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