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Ciência/Pesquisa
Sexta - 06 de Abril de 2012 às 09:07

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A colheita de soja e milho entra na reta final com perdas consolidadas de 8,84 milhões de toneladas na Região Sul, perto de 3 milhões a mais do que se esperava em janeiro, quando as colheitadeiras entraram em ação. As perdas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul somam R$ 6,6 bilhões. A metade norte do país evitou o pior, reduzindo as perdas a 4,9% na colheita da oleaginosa (68,99 milhões de t) e garantindo aumento de 5,7% no cereal (36,14 milhões de t). Não houve aumento expressivo de produtividade, mas sim expansão de 4,7% na área nacional da soja, que atingiu 25,16 milhões de hectares, e crescimento de 10,6% no plantio do cereal, que cobriu 8,56 milhões de hectares. No final das contas, os prejuízos amargados pelo Sul foram limitados a 1,56 milhão de toneladas – ou R$ 2,3 bilhões – na comparação com os resultados da safra nacional passada. Esse diagnóstico reflete os números apurados pela Expedição Safra Gazeta do Povo, projeto que, em sua sexta temporada, percorreu 28 mil quilômetros em 12 estados. Do Rio Grande do Sul ao Maranhão, as equipes visitaram produtores, cooperativas, consultorias, centros de pesquisa e instituições públicas de monitoramento da safra. O relatório final será apresentado hoje, na ExpoLondrina. Houve queda de produtividade em nove dos 12 estados visitados, com exceção de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Ou seja, praticamente todas as regiões produtoras de grãos sofreram com a irregularidade do clima. Com a área atual, o país poderia estar produzindo 115 milhões de toneladas. Isso se tivesse condições climáticas para manter a produtividade da safra passada, que foi recorde. A colheita atual deve somar 105 milhões (t). No Sul, seca mais impactante só foi registrada em 2004/05. Os dados da Expedição Safra mostram que em 2008/09 o impacto foi sensivelmente menor. Considerando o potencial da safra, que além de área ampliada teve alto investimento em tecnologia, as perdas foram maiores do que as que aparecem a partir da simples comparação entre os resultados atuais e os do ano passado, aponta o agrônomo Robson Mafioletti, técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) que acompanhou a Expedição. Num ano de preços em alta, o agronegócio do Paraná poderia estar arrecadando R$ 3,9 bilhões a mais – 88% com soja e 12% com milho de verão, culturas que representam 55% da produção de grãos do estado. “Se eu tivesse escolhido sementes de ciclo curto [mais afetadas pela falta de umidade], não teria colhido praticamente nada”, disse o agricultor Marcos Antônio de Oliveira, de Campo Mourão. Em sua região, os produtores registraram dois períodos, que somaram mais de 50 dias.






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