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Nacional
Terça - 27 de Março de 2012 às 16:58
Por: Marina Novaes

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A Polícia Civil de São Paulo informou, nesta terça-feira, que irá recomendar à Federação Paulista de Futebol (FPF) que proíba a entrada das torcidas organizadas Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel nos estádios em partidas do Campeonato Paulista, até que o inquérito sobre a briga ocorrida no último domingo em São Paulo seja concluído. Ao todo, cinco suspeitos de participar do confronto, que terminou em duas mortes, foram presos temporariamente na madrugada de hoje, todos integrantes da Mancha Alviverde. Um pedreiro que trabalhava em uma obra na sede da Gaviões também foi detido por porte de maconha durante o mandado de busca e apreensão no local, mas ele não teve envolvimento com o caso.

De acordo com Jorge Carlos Carrasco, diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o confronto foi uma retaliação ao assassinato do torcedor corintiano Douglas Silva, 27 anos, encontrado morto no rio Tietê em agosto do ano passado, após uma briga entre torcidas. Segundo Carrasco, a briga começou após integrantes da Gaviões realizarem uma emboscada contra os torcedores palmeirenses, na zona norte da capital paulista.

"Nós já detectamos algumas mensagens no Facebook que apontam que a briga foi uma retaliação à morte do torcedor corintiano achado no rio Tietê no ano passado", afirmou o diretor do DHPP, em entrevista coletiva. Ainda segundo Carrasco, a polícia encontrou indícios de que membros das torcidas organizadas planejavam outros confrontos.

No domingo, o palmeirense André Alves Lezo, 21 anos, morreu após ser atingido por um tiro na cabeça. Hoje, um jovem de 19 anos, que estava internado em estado grave, teve morte encefálica. A Polícia Civil não revelou as identidades dos suspeitos presos, mas confirmou que um deles é o torcedor Tiago Alves Lezo, irmão de André.

Apesar da emboscada dos torcedores corintianos, a delegada Margarette Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), nega que os integrantes da Mancha estivessem desavisados e diz que, entre os presos, há torcedores que já haviam sido detidos por crimes relacionados a briga de torcidas. Ainda segundo a delegada, a polícia ainda espera cumprir outros mandados de prisão, e há notícias de que alguns torcedores teriam fugido para outros Estados, mas o DHPP não quis revelar quantas pessoas ainda devem ser presas para não prejudicar as investigações.

"Nós não estamos falando de vítimas. Estamos falando de gente que anda armado, (...) que não quer escolta da polícia e que é atacado. Pelo contrário", afirmou a delegada. Para a polícia, há indícios de que as diretorias das torcidas sabiam do confronto, mas nenhum diretor está entre os detidos.

Além das prisões, foram apreendidos computadores na sede das torcidas organizadas, e R$ 150 mil na Gaviões da Fiel. A quantia foi encaminhada à Justiça para que a organização explique a origem do dinheiro. Nenhuma arma foi apreendida. A polícia ainda não identificou o autor dos disparos.

"Existe um pacto de silêncio entre as torcidas, por isso precisamos investigar as imagens, apurar denúncias anônimas. Eles estavam lá, sabem quem matou, mas não querem colaborar com as investigações", disse a delegada.

O advogado Davi Gebara, que representa a Gaviões da Fiel, negou que a diretoria da torcida tivesse conhecimento da organização do confronto e disse que a entidade está disposta a colaborar com a polícia. O advogado afirmou ainda que a Gaviões repudia esse tipo de ação, e está "constrangida" com os crimes ocorridos.

De acordo com o chefe do DHPP, a Polícia Civil deve aumentar as ações em conjunto com a Polícia Militar e o Ministério Público para evitar esse tipo de confronto que, ainda segundo a corporação, tem ocorrido em locais distantes de estádios, onde o policiamento foi reforçado nos últimos anos. "Estamos criando mecanismos para mapear, muito mais de perto, essas torcidas, em tempo real", disse Carrasco.





Fonte: Terra

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