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Internacional
Sexta - 24 de Fevereiro de 2012 às 02:55

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A ONU (Organização das Nações Unidas) nomeou nesta sexta-feira o ex-secretário da organização, Kofi Annan, como líder da missão conjunta com a Liga Árabe na Síria.

De acordo com comunicado emitido pela ONU, Annan poderá "fornecer seus bons serviços para acabar com toda a violência e as violações de direitos humanos e propor uma solução pacífica para a crise na Síria".

O texto ainda diz que Annan estará envolvido com partidários dentro e fora do território sírio para terminar com a crise humanitária e a violência para facilitar as aspirações democráticas para o povo do país.

Annan foi secretário-feral da organização entre 1996 e 2010. Durante sua passagem pela organização, gerenciou as crises de Kosovo e de programas no Oriente Médio de ajuda humanitária. Pela sua atuação, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2001.

A decisão foi feita pelo atual chefe da união mundial de países com o seu homólogo da Liga Árabe, Nabil al Arabi, de acordo com o determinado pela resolução aprovada na última quinta (16) na Assembleia Geral da ONU.

Fontes diplomáticas, consultadas pela agência de notícias Efe, afirmam que a escolha seria "um sinal importante da importância da crise na Síria".

  Felipe Dana/AP  
Ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan será líder de missão de observadores na Síria
Ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan será líder de missão de observadores na Síria

ESTADOS UNIDOS

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta quinta-feira que a reunião de países sobre a crise da Síria, que acontecerá na próxima sexta (24), em Túnis, na Tunísia, trará uma "mensagem forte" ao regime de Bashar al Assad.

De acordo com o porta-voz do órgão, Mark Toner, Washington está "absolutamente convencido" de que a conferência terá um impacto "suficientemente forte" ao ditador sírio.

"Estamos falando de mais de 70 países, embasados por uma declaração da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) que concedeu um apoio acolhedor ao povo sírio, à oposição síria. Desse modo, acho que há uma pressão internacional sólida sobre Assad".

Um funcionário da diplomacia americana consultado pela agência de notícias Efe sinalizou que uma das maiores dificuldades da chegada de ações humanitárias, o que é pedido pelo grupo, é a negativa do regime sírio em receber as organizações internacionais de ajuda, apesar da insistência de países ocidentais e da Liga Árabe.

"Vai depender do regime sírio, de querer responder ao compromisso real da comunidade internacional em proporcionar esse tipo de assistência".

  Petter Macdiarmid/Associated Press  
Hillary Clinton, em reunião sobre Somália nesta quinta; encontro sobre Síria será forte mensagem
Hillary Clinton, em reunião sobre Somália nesta quinta; encontro sobre Síria será forte mensagem

OPOSIÇÃO

Em conferência internacional sobre a Somália, Hillary Clinton afirmou que o Conselho Nacional Sírio é o "representante confiável" da oposição da Síria.

A secretária levou em consideração as opiniões da Liga Árabe e de outros países para tomar a decisão de apoio e afirmou que representantes da organização estarão presentes na reunião de sexta.

Hillary também pediu que a comunidade internacional supere as negativas de Rússia e China, que não vão ao encontro de países e vetaram resoluções da ONU contra o regime sírio, e passe à ação.

"Não podemos permitir a obstrução de uns poucos países que evitam a comunidade internacional atrapalhe a ajuda dos sírios e é isso que vamos debater amanhã", disse.

  Bulent Kilic/France Presse  
Sírios fazem funeral de jovem morta após protestos em Idlib, no norte da Síria, nesta quinta-feira
Sírios fazem funeral de jovem morta após protestos em Idlib, no norte da Síria, nesta quinta-feira

REPRESSÃO

Pelo menos 46 pessoas morreram nesta quinta-feira em confrontos entre opositores e o governo da Síria, de acordo com os Comitês de Coordenação Local, contrários ao regime do ditador Bashar al Assad. Os óbitos acontecem um dia após a morte de dois jornalistas estrangeiros em um bombardeio em Homs.

De acordo com o grupo opositor, foram encontrados 17 cadáveres, supostamente de soldados opositores, em uma prisão de Idlib, no norte do país. Em confrontos, a organização afirma que o maior número de mortes ocorreu em Hama, na região central, onde 24 pessoas perderam a vida.

Outros 22 opositores foram mortos em diversas províncias do país. O grupo não registrou nenhum óbito na cidade de Homs, onde continuam os bombardeios das forças de segurança a bairros opositores. Outros enfrentamentos acontecem nas cidades de Deraa e Rastan.

Nesta quinta, o opositor Exército Livre Sírio atacou uma base das forças de segurança de Assad e tropas leais ao regime próximo à fronteira da Turquia, em que, de acordo com os rebeldes, teria causado 35 vítimas, entre mortos e feridos.

As mortes ocorrem um dia após os jornalistas estrangeiros Marie Colvin e Rémi Ochlik morrerem em um bombardeio na cidade de Homs, que sofre há 20 dias com ataques das forças de segurança contra opositores.






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