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Economia
Sexta - 03 de Janeiro de 2014 às 18:17

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Os mercados de moedas em âmbito global e no Brasil confirmaram nesta primeira sessão de 2014 a tendência de apreciação do dólar dos Estados Unidos neste ano, já prevista inclusive pelo Banco Central brasileiro em seu último Relatório Trimestral de Inflação de 2013, divulgado na segunda quinzena de dezembro. O dólar subiu generalizadamente nesta quinta-feira (2) sobretudo em relação a divisas correlacionadas a commodities, como o real.


 
No Brasil, a moeda dos EUA aproximou-se de R$ 2,41 pela manhã. A máxima foi de R$ 2,4070 (+2,16%) por volta das 10h10. Entre os motivos da alta, os agentes de câmbio apontaram os dados ruins da China e a previsão de início na próxima semana da redução de estímulos nos Estados Unidos. Do lado interno, segundo eles, a pressão foi derivada sobretudo dos ajustes iniciais com o objetivo de compensar as duas quedas seguidas nas sessões anteriores e também pressionar o Banco Central a reavaliar a oferta diária de swap cambial.


 
No mercado à vista, a moeda norte-americana terminou cotada a R$ 2,390 no balcão, com alta de 1,44%. Na BM&FBovespa, às 16h40, o dólar para fevereiro de 2014 subia a R$ 2,4060 (+1,24%).


 
O ajuste positivo do dólar norte-americano começou com os dados ruins de atividade divulgados na China. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro chinês caiu para 51,0 em dezembro, de 51,4 em novembro. Embora se mantenha acima de 50, o que sinaliza expansão da atividade, a queda do indicador mostra uma desaceleração no setor. Esta perspectiva foi reforçada pelo mesmo indicador medido pelo HSBC, que mostrou uma queda para 50,5, de 50,8 em novembro.


 
Um operador da tesouraria diz que "o receio dos investidores é de que a perda de força do crescimento chinês pressione os preços de commodities para baixo e também reduza a demanda pelas exportações brasileira, já que o país asiático é o nosso principal parceiro comercial".


 
Além disso, segundo os agentes de câmbio, o início na próxima semana do processo de redução de US$ 10 bilhões nos estímulos monetários nos EUA, que devem baixar para US$ 75 bilhões em janeiro, em vez dos US$ 85 bilhões que vinham sendo ofertados mensalmente desde 2010, também deu combustível para a migração de recursos para a divisa dos EUA.


 
Do lado interno, os profissionais destacaram o sentimento negativo sobre o cenário econômico do Brasil este ano, além da pressão de investidores estrangeiros para que o Banco Central reavalie a oferta diária de swap cambial. O novo programa cambial do BC para o primeiro semestre reduziu a oferta de swap de US$ 500 milhões para US$ 200 milhões de segunda à sexta-feira, e suspendeu a oferta de linha de até US$ 1 bilhão às sextas-feiras. O operador João Paulo de Gracia Corrêa, da Correparti, comenta:


 
— O BC deixou em aberto a possibilidade de fazer ofertas adicionais de swap, se considerar necessário, mas o mercado já mostra que há demanda por proteção.


 
Segundo ele, a valorização do dólar foi maior em relação ao real durante o dia, do que ante outras divisas ligadas a commodities, em razão dessa pressão por ampliação da oferta de swap.


 
— O lote de swap deve ser insuficiente para atender à demanda por hedge cambial provocada por fatores externos e internos.





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