A parceria já rendeu frutos. Alex assina em conjunto nada menos que cinco das 13 canções que fazem parte do primeiro álbum da dupla. Entre elas, a música de trabalho, com o nome “Mulher não se pega...se conquista”. A gravação tem quase 70 mil visualizações no YouTube e, segundo os agentes, atingiu o sétimo lugar nas paradas das rádios paranaenses.
– Conheço o Toni desde a infância. Em qualquer churrasco ele estava em casa para tocar violão. Essa parceria foi surgindo. Tem música que já vem pronta, você só muda um acorde, ajusta uma frase. Às vezes, a participação é pequena e, mesmo assim, ele me coloca. O mérito é todo dele – afirmou o jogador.
– Ele está sendo muito humilde. Na verdade, já me deu vários bons temas para fazer moda de viola – emendou Toni.
As brincadeiras nos encontros dos amigos foram ficando mais sérias quando Toni formou a dupla com Tiago, há três anos. Com a dificuldade para entrarem no mercado com a recente explosão do sertanejo, Alex decidiu apostar no sucesso dos cantores e colaborou financeiramente para a gravação das músicas. Outros dois agentes cuidam da carreira deles.
– Começou por acaso esse interesse de seguir além. Eu sempre ajudava o Toni a gravar um CD, mas era uma coisa só para ele, não tinha vínculo. O negócio foi tomando corpo e fomos obrigados a nos profissionalizar. Depois que ele encontrou o Tiago, deu uma guinada – disse Alex.
– Nunca pensei em ser empresário de música ou participar de alguma coisa. Aconteceu naturalmente - completou.
Com a série de rodadas no início da temporada, envolvendo Campeonato Paulista e Taça Libertadores, o meio-campista não vem encontrando tempo para se juntar a Toni e compor. A missão agora pertence a Tiago, mas nenhum dos dois escapará dos “pitacos” do jogador corintiano.
– Sou curioso demais, quero botar o bedelho em tudo – brincou.
Perrel, violeiro fã de Bruno e Marrone
A música sertaneja, aliás, sempre foi diversão para Alex. Durante a infância em Santa Amélia, cidade de apenas três mil habitantes localizada no norte do Paraná, o armador do Timão aprendeu a gostar das modas de viola com a família. Muitos anos depois, conserva a tradição, mas tem de conviver nos vestiários do Corinthians com o funk carioca de Sheik e Jorge Henrique.
– No meu carro, 95% das músicas são sertanejas. Está no sangue, não tem jeito. Cresci ouvindo Tião Carreiro, Duduca e Dalvan, Zilo e Zalo, Zico e Zeca. Domingão é dia de macarronada e música sertaneja. No Corinthians, também tem muita. Mas às vezes, aparecem uns funks – contou o meia, apelidado pelos amigos da terra natal de Perrel, uma variação do nome Alex Raphael.
A paixão pela música fez Alex aprender até a tocar violão com desenvoltura. Durante o papo com o GLOBOESPORTE.COM na casa em que mora com a família, em um condomínio de alto padrão em Barueri-SP, o meio-campista colocou chapéu na cabeça, arriscou alguns acordes e até cantou. Não com a mesma qualidade que joga futebol, mas com um certo talento musical.
– Sempre gostei muito de Zezé di Camargo e Luciano e Bruno e Marrone. Eu pegava as cifras das músicas e tentava tirar. Foi assim que acabei aprendendo um pouco.
Com o celular repleto de músicas, Alex se prepara para duas batalhas. Domingo, o Corinthians enfrenta o rival São Paulo, às 17h (horário de Brasília), no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista. Logo em seguida, a delegação embarca para a Venezuela, onde encara o Deportivo Táchira, quarta-feira, pela estreia na Taça Libertadores. Sertanejo será só como diversão. Trabalho mesmo virá dentro de campo.
– Daqui a pouco, vou errar um gol e o pessoal vai falar: “Tá vendo, quer ficar cantando! (risos)”.
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