Ibama, UFMT e Polícia Ambiental não têm estrutura para receber animais
Órgãos de MT não têm onde abrigar animais apreendidos
Os órgãos ambientais de Mato Grosso não possuem mais condições de abrigar os animais apreendidos e resgatados, principalmente os de grande porte. Segundo o subcomandante do Batalhão Ambiental do estado, major Loirson Benevides, diariamente a instituição deixa de receber animais por falta de estrutura e, por isso, os responsáveis são autuados por maus tratos e continuam com os bichos.
Atualmente, os animais são mantidos graças às doações de voluntários. "A gaiola onde ficam três gaviões da espécie Carcará foi doada e a alimentação recebemos de algumas empresas porque não temos recursos para isso", lamentou o cabo José Ronoaldo Ferreira, biólogo responsável pela instituição. Além dos pássaros de grande porte e um filhote de veado mateiro, o local acomoda vários papagaios e periquitos.
No momento em que a equipe do G1 estava no Batalhão para realizar a reportagem, uma mulher entrou em contato com o órgão pedindo para que os policiais fossem buscar um veado mateiro em um sítio localizado no município, pois ela havia perdido o direito da terra e teria que se mudar, mas não tinha onde deixar o animal domesticado. De acordo com o biólogo, existem muitos casos de bichos que são entregues no local por pessoas que desistem de ficar com eles, como, por exemplo, dois tucanos e alguns papagaios.
A mesma situação se repete no zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que está interditado há quase dois anos após ser embargado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por falta de licenciamento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). O órgão federal dispõe somente de um espaço provisório nos fundos da sede.
Além disso, não existe no estado um Centro de Triagem de Animais Silvestres adequado para a abrigar e tratar daqueles que são apreendidos ou resgatados. O G1 entrou em contato com o Ibama para saber o posicionamento do órgão, mas não obteve retorno das ligações.
O zoológico da UFMT está impedido de acomodar novos animais silvestres porque apresenta problemas de infraestrutura, como, por exemplo, em relação à questão sanitária. O biólogo responsável pelo local, Itamar Assunção, adiantou que a Universidade não possui recursos sequer para elaborar o projeto de adequação que deverá ser enviado à Sema. Segundo ele, o custo total da obra está orçado em R$ 1,5 milhão.
Ele lamenta o fato de não haver nenhuma entidade no estado responsável pela fauna e alega que, apesar da estrutura precária, a UFMT era a que tinha melhores condições de abrigar os animais. Uma das exigências da Sema é que o esgoto seja jogado para a estação da instituição de ensino.
A expectativa do biólogo é receber recursos destinados ao turismo para a Copa de 2014, em Cuiabá. Ele contou que a Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa) se propôs a ajudar a universidade com a reforma do zoológico por se tratar de um ponto turístico da capital, mas ainda não há nenhuma definição nesse sentido.
À Sema, segundo a assessoria de imprensa da secretaria, cabe somente emitir as licenças ambientais e fiscalizar os locais que abrigam os animais, como o zoológico da UFMT, por exemplo.
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