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Nacional
Quarta - 04 de Janeiro de 2012 às 19:18
Por: FÁBIO GUIBU

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A greve dos policiais militares e bombeiros do Ceará acabou na madrugada desta quarta-feira, mas o policiamento ainda não voltou às ruas de Fortaleza.

O patrulhamento ainda depende do Exército e da Força Nacional de Segurança, que continua a circular na cidade, com efetivo aquém do necessário.

Os policiais militares começaram a desocupar o quartel que tomaram durante a greve pela manhã. Realizaram uma faxina no local e doaram a comunidades carentes as cerca de três toneladas de alimentos que mantinham estocados.

No início da tarde, dezenas de carros da PM ainda continuavam em frente ao quartel, com pneus esvaziados e sem bateria. Soldados trabalhavam na recuperação dos veículos.
A previsão da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado é que o policiamento esteja normalizado amanhã.

Hoje, depois de um dia de pânico provocado por rumores de saques e arrastões, a capital cearense vive um momento de aparente tranquilidade.

Comércio e serviços públicos funcionam normalmente. Nas praias, hotéis que chegaram a colocar tapumes nas portas ontem retiraram as proteções, e turistas caminham no calçadão.
O clima só permanece tenso em frente à superintendência da Polícia Civil, onde policiais civis, em greve desde ontem, acamparam para reivindicar melhores salários.

Repetindo a estratégia dos PMs, os grevistas pararam seus veículos de trabalho em frente ao prédio e esvaziaram os pneus dos carros. Os policiais prometem radicalizar o movimento se não forem atendidos.

GREVE

A greve da Polícia Militar e dos bombeiros gerou pânico na capital cearense. Ontem (3), estabelecimentos comerciais de Fortaleza foram fechados devido ao temor de arrastões, assim como órgãos públicos, como o Tribunal de Justiça do Ceará.

Em Fortaleza, os boatos de arrastões chegam a indicar locais e horários onde ocorrerão os assaltos. O medo se espalhou pelas lojas, quiosques, barracas na praia e restaurantes. Todos fecharam antes do meio-dia, atrapalhando os planos de turistas que visitam a cidade.

A PM e o Corpo de Bombeiros do Ceará devem retornar ao trabalho hoje após a greve que durou seis dias. A Polícia Civil, no entanto, iniciou ontem uma nova paralisação.

Segundo o Sinpoci (Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará), a categoria quer a redução da carga horária de oito para seis horas diárias, reajuste salarial e o pagamento de um subsídio equivalente a cerca de 60% do valor pago aos delegados de polícia do Estado.

Até as 8h40 desta quarta (horário de Brasília), no entanto, o sindicato ainda não tinha um balanço de adesão a paralisação.

A greve da Polícia Civil é a terceira registrada em menos de um ano. O sindicato da categoria já havia promovido greves em julho e em outubro de 2011.

O acordo com o governo que encerrou a greve da PM e dos bombeiros incluiu um reajuste de 56%, deixando o salário em R$ 2.634, e uma redução na jornada de trabalho de 46 para 40 horas semanais, além da implantação de um auxílio-alimentação de R$ 10 por dia (os policiais militares não recebiam nada até então, só os civis).

Também ficou combinado que nenhum dos policiais ou bombeiros que participaram das paralisações serão punidos.






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